Foto: Henrique Nunes/AAN Sanduíche de pernil com vinagrete é um dos muitos atentados à dieta Oliveira, coloca um queijo em cima da carne. Oliveira, qual está mais gelada, Brahma ou Skol?. Oliveira, passa um pano aqui na mesa, por favor. Oliveira, toma uma com a gente. Oliveira é onipresente, solícito, educado, sempre disposto a atender bem para atender sempre.
Só não aceita fiado, porque a experiência lhe provou que fio do bigode não existe mais. Mas de resto, faz tudo como um legítimo dono de boteco tem de fazer. Até demais. Mas é na chapa e no fogão do Casablanca, botequim fincado na esquina da Conceição com a Irmã Serafina, o que o homem assume a braçadeira de capitão.
Ele não para quieto, faz tudo e para todos, frita torresmo, salgado, assa pão de queijo para o desjejum dos trabalhadores e ainda se arrisca a criar maravilhas como o lanche de pernil com vinagrete, um atentado à dieta da freguesia. Nos finais de semana, o Casablanca, sob o comando de Oliveira desde 1974, vira de fato coisa de cinema. Tudo graças à televisão de cachorro, a geringonça de assados que domina a esquina às sextas e domingos. Coisa finíssima mesmo, de fazer a rapaziada dobrar a rua à espera do concorridíssimo frango da casa. Há também costela de porco e de vaca, pernil e o joelho de porco. Aos que não precisam voltar correndo para casa com o embrulho debaixo dos braços, a pedida é mandar cortar ali mesmo, ou do outro lado da rua, no calçadão da Praça Carlos Gomes. Difícil é conseguir ir embora depois, porque o Casablanca também é ponto obrigatório de músicos não profissionais que adoram fazer a batucada dominical sem ter de chorar pelo cover não pago de todo santo domingo. Oliveira, guarda um lugar para mim que eu to chegando daqui a pouco.CASABLANCARua Conceição, 328, Centro, f. 3236-8570Aberto todos os dias, das 6h às 21h.
