Após vandalismo, PM refaz esquema de segurança

Em São Vicente, no litoral paulista, a Polícia Militar (PM) montou um esquema especial de segurança para evitar novos atos criminosos como os registrados na noite desta quarta-feira (19). Uma nova manifestação popular está sendo convocada para esta sexta (21) à tarde, mas rumores de que novos protestos poderiam ocorrer ainda nesta quinta (20) provocaram a suspensão de aulas na área continental da cidade e motivaram as vans (conhecidas como lotações) a deixarem as ruas.

Segundo o tenente Paulo Félix, responsável pela seção de Comunicação Social da PM, os atos de vandalismo registrados na quarta à noite, em dois bairros da área continental, nada tem a ver com a onda de protestos das duas últimas semanas. Enquanto centenas de pessoas caminhavam de forma pacífica pelas principais ruas da cidade, reivindicando melhorias no transporte público e outras demandas, criminosos saqueavam mercados, ateavam fogo em ônibus e apedrejavam prédios públicos. Com a chegada da PM, algumas pessoas passaram a enfrentar os policiais com pedras e espalhando fogueiras ao longo da avenida de acesso à região.

De acordo com o tenente, dois adolescentes foram baleados e 45 pessoas detidas por causa dos atos de vandalismo. Ao menos três ônibus intermunicipais e uma van foram incendiados e vários estabelecimentos comerciais foram saqueados. Durante a confusão, uma fotógrafa do jornal "A Tribuna" teve o equipamento roubado enquanto trabalhava, noticiou o jornal. O autor ou autores dos disparos que atingiram os dois adolescentes ainda não foram identificados, informou o tenente. Parte das pessoas presas já tinha antecedentes criminais.

“A PM atuou para conter esses indivíduos, uma turma de marginais que foge completamente ao foco das manifestações que, até então, vinham ocorrendo de forma ordenada. São criminosos que se aproveitam do número de pessoas nas ruas para praticar atos de desordem”, declarou o tenente à Agência Brasil.

De acordo com Félix, para evitar que cenas como as de ontem se repitam, além dos policiais que já estariam de serviço, todo o pessoal que estaria de folga e também os agentes que fazem serviço administrativo ficarão de prontidão a partir de hoje. O efetivo total, contudo, não foi informado por razões estratégicas.

“Vamos estar preparados para atuar e, se houver necessidade, sempre é possível pedir apoio às unidades de cidades vizinhas. Mas esperamos que não seja preciso e que, no caso de novas manifestações, tudo volte a ocorrer tranquilamente, como vinha acontecendo”, declarou o tenente.