PIRACICABA

Após omissão de socorro, protetores vão ao MP

Casal flagrou abandono de cão acorrentado, sem água, nem comida; prefeitura negou resgate

André Luís Cia
andre.cia@gazetadepiracicaba.com.b
17/10/2013 às 10:04.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:50

Casal saiu para caminhar por bairro e foi surpreendido pelo abandono do cão ( Del Rodrigues)

Duas protetoras de animal de Piracicaba, Mônica Faria e Malu Maciel, protocolaram na quarta-feira (16) no Ministério Público (MP) da cidade um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pedindo mudanças no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).  A decisão foi motivada após a denúncia de um casal da Vila Rezende que flagrou o abandono de um cão na avenida Monte Líbano, na última segunda-feira. O animal estava sem água e sem comida e não foi socorrido pelo Canil Municipal sob a justificativa de que não estava doente. O resgate teve que ser feito pelo Corpo de Bombeiros. Na terça-feira, o animal foi levado para o Canil Municipal, depois que a Prefeitura voltou atrás na decisão de acolhê-lo. O cão teve amostra de sangue retirada para análise e recebeu tratamento preventivo para verminose, pulgas e carrapatos. Por falta de vagas no local, divide provisoriamente a baia com outro animal e ficará em quarentena para observação de possíveis doenças.De acordo com uma das protetoras independentes de animal, a agente legislativa Mônica Faria, é inadmissível que o CCZ alegue sempre que não recolhe animais porque eles estão sadios. O centro alega que a responsabilidade dele é abrigar animais com relevância epidemiológica (com suspeita de raiva, por exemplo) e que possam transmitir doenças ao ser humano. "Só de olhar um animal na rua não temos como saber se ele está bem ou não. É necessário que sejam feitos exames para diagnosticar a sua saúde", justificou. Neste caso específico da Vila Rezende, ela aponta que o Canil não poderia ter assumido essa postura de negar o atendimento até porque havia sido relatado por moradores e por bombeiros que o animal estava acorrentado. "Se não bastasse isso, ele estava sem água e sem alimentos".Mônica diz que a situação dos animais em Piracicaba é muito pior do que se apresenta, já que há muitos abandonados pelas ruas da cidade sem qualquer tipo de amparo. Ela até concorda que o Canil esteja com lotação esgotada, mas afirma que é preciso estudar outras alternativas. "Eles não podem simplesmente fechar os olhos e cruzar os braços para uma denúncia como essa". A protetora disse ter entrado em contato com a esposa do casal de denunciantes no caso da Vila Rezende, Sonia Maria, que concordou em ser arrolada como testemunha no MP. RevoltaDesde a publicação da matéria na última terça-feira, o Grupo RAC tem recebido e-mails de leitores indignados com a postura adotada, inicialmente, pelo Canil Municipal. Em uma das correspondências, José Sidinei Zolline alerta que é preciso que a sociedade fique alerta e que esse animal não seja sacrificado. "A cidade tem a obrigação de dar total assistência e, principalmente, verbas para esses indefesos seres que somente Deus pode proteger".Ele cita o caso de um pitbull levado por um conhecido dele ao Canil. O cão estava abandonado e apresentava ótima aparência podendo ser adotado. "Dias depois ele foi procurá-lo e disseram que o cão tinha sido sacrificado. Lá é um verdadeiro matadouro de animais".Entenda o casoNa última segunda-feira pela manhã, o casal Antonio Maria e Sonia Maria caminhava pelas ruas da Vila Rezende quando foi surpreendido por uma cena que chocou: um cachorro acorrentado. Apesar da corrente presa no pescoço, o animal não estava preso, porém, apresentava sinais de cansaço. O cão estava sem água ou comida. Diante daquela situação, eles ligaram imediatamente ao Canil Municipal informando o estado de abandono do animal."Eles disseram que tínhamos duas opções: ou deixá-lo ali como estava ou então levá-lo para casa por conta própria".Inconformado com a situação, Maria diz que recorreu ao serviço 156 e depois ao Corpo de Bombeiros que se deslocou até o local e acabou capturando o animal e levando-o até a corporação. Porém, o sargento Marcos disse que a atitude era apenas temporária, já que o local não dispunha de espaço. Veja também Canil Municipal não recorre cão e causa revolta em moradores Animal foi amarrado e abandonado sem água nem comida; para prefeitura, caso não urgente Após denúncia, canil municipal volta atrás e abriga cão Cachorro estava acorrentado sem água e sem comida; negativa de resgate revoltou moradores

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