BOXE FEMININO

Após feito inédito, campineira sonha alto

Primeira mulher a conquistar medalha dourada para a cidade nos Abertos, Flavia Figueiredo quer chegar à seleção

Renata Rondini
01/01/2013 às 06:20.
Atualizado em 26/04/2022 às 09:53

A luta dentro do ringue se torna fácil perto da batalha que a campineira Flavia Figueiredo encara diariamente para continuar na busca de seu sonho: ser uma boxeadora vitoriosa.

Primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro para Campinas no boxe dos Jogos Abertos, que foram realizados em novembro, em Bauru, a recém-formada professora de Educação Física tem como meta chegar à seleção brasileira e estar na Olimpíada do Rio em 2016.

Contudo, a falta de patrocínio coloca em risco seu planejamento. "Não tenho nenhum apoio financeiro. Minha mãe me ajuda quando pode, mas nem sempre, pois ela nunca quis que eu lutasse boxe. O grande apoio que tenho é do Caetano (técnico) e do Clube Atlético Campinas, onde realizo meus treinamentos. Era estagiária em uma academia, mas agora me formei e estou sem emprego. Não tenho mais lugar para fazer os treinos físicos", comentou Flavia, que disputa a categoria acima de 81kg (super pesado).

Aos 23 anos, apesar de todos os obstáculos, ela nem pensa em desistir. "Desejo dá e vai embora. Sonho não, continua e eu quero realizar o meu. Se na próxima temporada conseguir ser pelo menos a terceira do Brasil, já consigo uma Bolsa Atleta", comentou. Nesta temporada, Flavia conseguiu apenas lutar a seletiva paulista, na qual foi derrotada na final por Nayara Andrade, atual campeã brasileira da categoria, e nos Jogos Abertos. Não participou do Brasileiro, pois não tinha como bancar as despesas de R$ 2 mil.

Entre março e maio de 2013 será realizada a seletiva para o Pan-Americano e este é o objetivo imediato de Flavia Figueiredo, mas para lutar pela vaga dependerá de apoio financeiro. "Eu não participo de muitos campeonatos, pois sem patrocinador fica tudo mais difícil. Mas tenho certeza que se for ao Pan-Americano, eu terei grandes chances de levar o ouro e entrar para a seleção. Este é o meu grande sonho", afirmou.

INÍCIO

Flavia, moradora do Jardim São Domingos, em Campinas, começou no boxe há cinco anos para perder peso. "Foi a modalidade mais barata que encontrei", lembra. Ela já gostava de assistir lutas ao lado do falecido pai, que era fã de Mike Tyson. Em três meses de aula, chamou a atenção do treinador pela qualidade técnica e desde então persiste no sonho de ser uma boxeadora profissional.

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