Na madrugada desta terça-feira (7) o fogo nos tanques de combustíveis da Ultracargo, na Área Industrial da Alemoa, em Santos, aumentou
Após 5 dias, bombeiros ainda lutam para conter incêndio ( Divulgação)
Em seu sexto dia, o incêndio, que havia sido reduzido a apenas um tanque, voltou a arder em um segundo reservatório, por volta das 7h30. Apesar da chuva, o chão também chegou a pegar fogo nesta manhã por causa das fissuras por onde vaza o combustível.As equipes do Corpo de Bombeiros trabalham há mais de 144 horas na tentativa de apagar as chamas na região. Reforços de pessoal e de equipamentos da Infraero e da Força Aérea Brasileira (FAB) já estão no local. Eles foram destinados pela presidente Dilma Rousseff. Um dos recursos que podem auxiliar é o cold fire (fogo frio), que foi importado pela Ultracargo, empresa proprietária do complexo. Já a Infraero cedeu o pó químico, que pode ser usado como spray para redução direta das chamas.Enquanto isso, como explicou o comandante do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, os bombeiros adotaram uma nova estratégia para tentar apagar as chamas. Oito linhas defensivas fazem o resfriamento dos tanques em volta, e três linhas ofensivas atacam os tanques que estão pegando fogo.“Precisamos agora certar a estratégia para que esse fogo não volte, pois a partir do momento que há fogo concentrado mesmo em um tanque há a capacidade de se espalhar. Vamos aplicar outras estratégias para evitar que isso aconteça”, afirmou o comandante da corporação.CaminhõesPor conta do bloqueio no acesso de caminhões à margem direita do Porto, uma fila de carretas causa nesse momento um congestionamento entre os km 31 e 40, em direção ao litoral, devido triagem feita pela Polícia Rodoviária.Apenas veículos pesados com carga comprovadamente perecível estão sendo autorizados a passar. Os demais são orientados a voltar para as cidades de origem ou a aguardar em bolsões de estacionamento até pelo menos sexta-feira (10).IncêndioO incêndio na empresa Ultracargo teve início ainda sem motivo conhecido, por volta das 10h da última quinta-feira (2). No total, seis tanques de combustível chagaram a queimar. No início do incêndio, a temperatura chegou a 800°C.Os Bombeiros estimam que nestes seis dias seis bilhões de litros de água do mar foram usados para combater as chamas. Como parte da água é poluída e devolvida para o mar, estudos da Cetesb apontaram que o incêndio é responsável por uma alta taxa de mortalidade de peixes na região afetada. O Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil para averiguar detalhadamente os impactos ambientais e está aguardando novas análises da Cetesb para adotar os próximos procedimentos. De acordo com o promotor do Meio Ambiente, Daury de Paula Júnior. “O que já é possível adiantar é que o plano individual da empresa para combate a incêndios em sua área é ineficiente e precisa ser revisto”.NúmerosSegundo o Corpo de Bombeiros estão sendo jogados 75 mil litros d'água por minuto para combater as chamas. Cerca de 14 quilômetros de mangueiras conectadas retiram a água do mar que é despejada no local. Neste momento, 118 homens do Corpo de Bombeiros, mais 80 trabalhadores do plano de auxílio, tentam conter o fogo. Um total de 21 tanques estão sendo resfriados para evitar o alastramento das chamas.SaúdeMoradores da comunidade carente Vila Alemoa, que fica em frente à área que pega fogo reclamam de reflexos na saúde por conta do convívio permanente com a fumaça nestes seis dias de incêndio.“Muita gente da favela está sentindo os efeitos dessa poluição. São problemas respiratórios. Eu estou com dor de garganta, uma coriza que não para e dor de cabeça”, afirmou o morador Ronaldo Pereira.