BEBIDA X DIREÇÃO

Aparelho simula reação de motorista sob efeito do álcool

O equipamento está à disposição nesta terça-feira (24), e é uma das atividades da Semana Nacional de Trânsito

Fábio Gallacci
24/09/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:33
Aluno Daniel Suyama testa simulador na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamo ( Rodrigo Zanotto/19ago2013/Especial para AAN)

Aluno Daniel Suyama testa simulador na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamo ( Rodrigo Zanotto/19ago2013/Especial para AAN)

Depois de uma dose de vodca, uma de uísque e uma cerveja, o universitário Daniel Suyama não resistiu mais do que alguns segundos ao volante antes de bater o seu veículo violentamente. O mesmo aconteceu com o colega Henrique Kull. Na verdade nenhum deles sofreu um arranhão sequer, mas a dupla ficou mais consciente dos riscos de misturar bebida e direção. Ambos tiveram essa experiência em um simulador instalado no prédio da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que mostra os efeitos de diferentes dosagens de álcool nos motoristas.O equipamento, que traz muitos dos detalhes de funcionamento de um automóvel real e está à disposição dos alunos em geral para um teste até as 20h desta terça-feira (24), é uma das atividades da Semana Nacional de Trânsito, com mais de cem atividades pelo Estado e que tem o tema: “Álcool, outras drogas e a segurança no trânsito: efeitos, responsabilidades e escolhas”. Até o final do ano, o simulador de direção será obrigatório na formação dos motoristas iniciantes. Antes de sair à rua para as aulas práticas, o aluno deverá cumprir cinco horas/aula de 30 minutos cada no equipamento. Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trânsito, com até 58 mil mortes por ano em decorrência de acidentes. “O objetivo é conscientizar e mobilizar a população para ela entender a importância de, se beber, não dirigir. O simulador entra nessa perspectiva, já que o software simula os efeitos do álcool no motorista. Uma pesquisa mostrou que uma grande parcela da população (47,7% de 640 pessoas pesquisadas na Capital e Região Metropolitana) acha que tomar uma cervejinha não afeta em nada. Aí é que mora o perigo”, alerta o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), Daniel Annenberg. “Somos a favor que as pessoas se divirtam, mas que sejam responsáveis. Isso pode custar a vida delas ou a de outros”, diz.“Muitas vezes, quem está dirigindo não tem a noção do que acontece. Quando você está sóbrio e é submetido a uma situação de embriaguez, como ocorre com esse simulador, é que você repara que as coisas são totalmente diferentes”, conta Suyama. “Tem que escolher o motorista da rodada, não tem jeito”, brinca o estudante. “Você percebe que os reflexos ficam bem mais lentos. A sensação do simulador é bem próxima a de dirigir um carro real”, acrescenta Kull.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por