Comer & Beber

Aos bons de garfo, aquele abbraccio

Mesa italiana: Rúdigar Sampaio fez carreira na rede Outback e agora se prepara para comandar a primeira casa Abbraccio fora da Capital; ingredientes importados e atendimento de primeira são diferenciais

Érica Araium
19/07/2015 às 10:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:01
comer (Adriano Rosa/Especial para a Metrópole)

comer (Adriano Rosa/Especial para a Metrópole)

No próximo dia 28, o restaurante italiano Abbraccio abre as portas a novos amigos na expansão do Shopping Iguatemi Campinas. Será a terceira unidade brasuca da rede que almeja ganhar o mundo “de braços abertos”. E a primeira fora da capital paulista, daí ter sido estrategicamente concebida, per molto tempo. À frente dela, Rúdigar Sampaio, de 43 anos, sócio e membro da família Bloomin’ Brands. “Sinto como se estivesse voltando para casa”, situa ele, ao final desta prosa, como que para pontuar o marco da trajetória iniciada no Outback Steakhouse, quando era atendente na unidade Iguatemi, 15 anos atrás. “Conheço a maioria dos clientes, há uma relação familiar. Alguns já foram funcionários, outros começaram a namorar no restaurante. Boa parte sei que vou rever no Abbraccio”, observa. Antes de seguir adiante, contexto. O Abbraccio segue o conceito da marca-mãe Carrabba’s, que tem nos Estados Unidos mais de 300 restaurantes de cozinha italiana moderna mantidos pelo grupo Bloomin’ Brands. Por conta da planejada expansão mundial, iniciada pelo Brasil em função do sucesso das operações onde impera o conceito do casual dining, a alcunha veio à tona – e surgiu após dez meses de pesquisas por aqui. A primeira unidade foi inaugurada em março, no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo; a segunda, em abril, no Shopping Market Place. Até o final do ano, outra casa será aberta, e a expectativa é que 50 estejam em funcionamento nos primeiros cinco anos de operação no País. Ponderando-se, chega-se ao fato de que o crescimento mundial pela porta tupiniquim não seria possível se dois fatores não tivessem se somado: 1) o interesse do consumidor brasileiro pela novidade e o apreço por refeições casuais; 2) o fato de uma equipe de colaboradores conectada ao branding já vir sendo construída ao logo do tempo. Os administrativos, sobretudo, uma vez que os novos operacionais passam por treinamento intensivo, inclusive com o staff da matriz estadunidense. “Contamos com pessoas bastante experientes e apaixonadas pelo que fazem”, observa Sampaio. E lembra, então, que quando a rede Outback chegou a Campinas, em 2000, foi um alvoroço. “Foi um divisor de águas. Era um restaurante diferente, mais sofisticado, só havia algo assim em São Paulo. Aos poucos, os clientes estabeleceram uma relação custo-benefício e compreenderam o conceito. Vinham pela comida e voltavam pelo serviço, porque se encantavam pela experiência”, defende. Outras marcas chegaram à região, a alta gastronomia ficou mais acessível e o consumidor, mais exigente. “Sabemos disso. Chegamos à cidade certos de que temos excelente comida, pessoal cuidadosamente treinado e estamos cientes de nossa responsabilidade com a comunidade. Queremos reunir as famílias no Abbraccio e mostrar que a experiência de sabores, bons vinhos e atendimento cuidadoso fará todo cliente ter bons motivos para voltar sempre”, aposta.Família Sampaio, que é campineiro, cursava administração de empresas quando foi convidado a transitar do salão ao setor administrativo do Outback Iguatemi. Passou dois anos cá e outros três na casa de Porto Alegre (RS), para onde a esposa, Thayse Sampaio, foi transferida. “Ela era a gerente-geral na época, fui funcionário dela. Nos conhecemos há 20 anos, antes de entrarmos no Outback, veja só. Quando ela foi convidada a ser sócia da unidade do Parque D. Pedro Shopping, em 2009, voltamos para Campinas”, revela. Thayse continua à frente do restaurante. Já Sampaio seguiu o plano de carreira do Outback até dezembro do ano passado, quando Salim Maroun, presidente da operação brasileira da Bloomin’ Brands, convocou-o para ajudá-lo a construir uma nova marca no Brasil. “Ele queria que eu tocasse a unidade campineira. Aceitei na hora. Sou apaixonado pela rede. Os princípios, os valores, o cuidado com clientes e funcionários se mantêm, isso me encanta. Se você tem dedicação e comprometimento, a empresa lhe dá condições de se desenvolver e assumir novas funções. Isso é raro”, pondera. O vínculo com o Abbraccio, que encara como desafio, estreitou-se na medida do afeto – algo que a marca apregoa, aliás, do menu papa fina ao fino trato com os seus. Quando criança, Sampaio cozinhava na barra da saia da avó e por pouco não seguiu como chef. “Meu pai teve um restaurante italiano em Campinas, o sócio dele era italiano. Eu me metia na cozinha, sonhava em ter o meu negócio”, lembra. Anos mais tarde, abriu uma espécie de filial do negócio da família. “Funcionou por dois anos. Eu, que já conhecia o Outback, queria saber como era a operação de um restaurante, entrei e acabei ficando”. Durante aquela temporada no Sul, aproveitou para se formar cozinheiro chef internacional pelo Senac. “Por isso gosto tanto dos menus, mais agora o do Abbraccio, mais refinado e que, por isso, diz mais comigo”. Entre as apostas dele para a unidade Campinas estão o Filetto di Maiale (medalhões suínos grelhados envoltos em prosciutto ao molho especial de vinho do Porto, servidos com figo cristalizado) e o Fettuccine Abbraccio (fettuccine ao molho Alfredo com tiras de frango grelhado, cogumelos salteados, ervilhas e pecorino romano). Mangiare! Entre os executivos, talvez seja Ricardo Carvalheira o maior defensor do conceito do Abbraccio, do qual é vice-presidente de operações. Durante visita à unidade do Shopping Market Place, na Capital, tal anfitrião ele fez questão de detalhar processos, ratificar a qualidade dos produtos empregados – a maior parte importada – e apresentar pratos que, em terra brasilis, já viraram cartões de visita. “O cardápio original, na maioria, corresponde ao da matriz estadunidense. Mas ele foi todinho testado, experimentado e houve adequações ao paladar do brasileiro. Tudo é fresco, feito na hora mesmo. Ficamos felizes em ver que as pessoas frequentam nossos restaurantes se sentem à vontade para fazer uma refeição gostosa e viver essa experiência, quer em família, quer entre amigos”, descreve. E pondera que um dos grandes diferenciais da marca é, justamente, o serviço que os amicci (assim são chamados os colaboradores) devem prestar à clientela. Responsabilidade social Às vésperas da abertura oficial da unidade campineira, haverá convescotes para convidados e jantar com viés social. “Faremos um jantar beneficente em prol do Centro Infantil Boldrini. É uma parceria pela qual prezamos, uma maneira de devolver à comunidade um pouco do que nos deram”. Sampaio conhece o Boldrini desde criança, onde trabalhou. “Meu primeiro trabalho formal foi com a doutora Sílvia Brandalise. Hoje, fico emocionado ao saber que tenho a possibilidade de retribuir a ela um pouco do que fez por mim”. 

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