Aniversário do Aeroclube é comemorado em grande estilo; local forma 300 pilotos por ano
Amaral Capranico, da Brigada de Incêndio, batiza a aeronave bi-motor Seneca (Del Rodrigues/AAN)
O Aeroclube de Piracicaba batizou, ontem, sua oitava aeronave para aulas de voo. Trata-se de um modelo bi-motor Seneca (PT-IHE) fabricado pela Pifer em 1978, nos Estados Unidos. O Aeroclube fez 75 anos nesta sexta-feira (26) e comemorou a data com o batismo.
Na pista, o caminhão da Brigada Municipal de Incêndio jorrou água na aeronave.
O avião tem seis lugares e 400 HPs de potência nos dois motores. Sua velocidade é de 150 nós (cerca de 280 km/h) e tem autonomia de quatro horas e meia de voo. Também navega por instrumento. Armazena 465 litros de combustível.
O fato deste avião ter 35 anos não significa que seja ultrapassado. A cada duas mil horas o motor passa por manutenção. A aeronave batizada ontem também está liberada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para voos em todo o Brasil.
Segundo o presidente do Aeroclube e piloto há 35 anos, Fernando do Valle Pavan, o Seneca passou por manutenção em uma oficina homologada pela Anac em Americana. "Um avião tem um processo de mecânica, de documentação e de manuais muito sério. Um avião é seguro por conta desses cuidados", afirmou Pavan.
O avião aterrissou no aeroporto às 16h50. Levou oito minutos para chegar de Americana. No comando estava o piloto Giácomo Bazzo Neto, vice do Aeroclube, acompanhado de Pavan e Felipe Reis, diretor.
Uma aeronave dessas está orçada em R$ 350 mil. Ela acumula 6 mil horas de voo.
Cursos
O Aeroclube oferecerá novos cursos esse ano de aviação agrícola, comissário de bordo e o de mecânica de aeronaves. Uma oficina própria começa a funcionar em maio no aeroporto.
Nos últimos anos as empresas aéreas estão abrindo vagas e a tendência é que a demanda por profissionais aumente com os adventos da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio. "Alunos de todo o país nos procuram”, disse Pavan citando origens como Curitiba (PR) e Manaus (AM). “Nosso Aeroclube tem uma longa tradição na formação de pilotos", frisou.
Anualmente são 300 alunos que passam pelo Aeroclube para aprender a pilotar ou se reciclar. A procura por esse tipo de formação aumentou cerca de 50% nos últimos cinco anos, segundo Pavan.
Uma aula tem um custo médio de R$ 290 a hora de voo. Para chegar a se tornar 'top' no ramo de pilotagem são necessários, no mínimo, cinco anos de cursos e muitas horas de voo.
O Aeroclube oferece cursos de PP (Piloto Privado), PC (Piloto Comercial), MLTE (Multimotor) e IFR (Voo por Instrumentos). As aulas práticas de voo comercial, por exemplo, exigem no mínimo 150 horas de voo mais 20 horas para usar os instrumentos. "Um brevê é a 'carteira' do avião. Para pilotar é preciso ser muito profissional. Não é simples como dirigir um carro. Há muitas leis e leituras complexas de manuais", disse Pavan.
Um piloto também precisa saber inglês, pelo menos o referente ao meio técnico de pilotagem.
O Aeroclube local conta com alojamento, 10 instrutores de voo (vai aumentar para 16), 12 na área teórica, um pedagogo e curso de inglês técnico. "O Brasil precisa de mais aviões no ar”, declarou Pavan. O Aeroclube tem ainda paraquedismo e voo panorâmico.
“Esse avião chegou e já tem aluno esperando pela aula”, disse o gerente do Aeroclube, Roque Pedrozo. “Quem faz um curso privado pode pilotar apenas como hobby”, contou. O registro remunerado é da formação comercial em diante.
O Aeroclube se localiza próximo à Escola Superior de Agricltura Luiz de Queiroz, no Aeroporto Comendador Pedro Morganti. Mais informações pelos telefones: (19) 3433-1671 e 3433-4927 e o site www.aeroclubedepiracicaba.com.br.