RUBENS MORELLI

Antes tarde do que mais tarde

Rubens Morelli
16/05/2013 às 21:55.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:44

Sabe o que o basquete, o tênis,o vôlei, o futebol americano, a esgrima, a Fórmula 1 e até o xadrez, entre outros esportes, têm em comum? Todos entenderam que a renovação faz parte da vida e passaram a usar a tecnologia para atrair mais espectadores. Enquanto isso, o futebol continua como sempre esteve: na Era Medieval.

Nos dias de hoje é inadmissível ficar parado no tempo. Todas as “inovações” promovidas pela Fifa são pequenas diante do problema. Ainda por cima, as fases de testes dessas mudanças nunca acabam, bem como quase nunca têm resultados satisfatórios. Aí tudo é deixado de lado para voltar como antes.

A entidade máxima do futebol, aliás, acha linda toda a discussão sobre a arbitragem. Qualquer discussão. Qualquer arbitragem. Os velhinhos que comandam o esporte até falam que isso é o bonito do futebol. A conversa do boteco. O típico “falem bem ou falem mal, falem sobre nós”.

O chip na bola, para ver se foi gol ou não, finalmente está sendo testado, embora em poucos torneios. No entanto, a discussão sobre achar um meio de saber se foi gol ou não já vem desde a final da Copa de 1966, pelo menos. É muito tempo. Outra mudança em teste é aquela dos árbitros auxiliares na área. Para ver melhor os lances capitais. Só que esses auxiliares não estão em todas as competições – na Libertadores, por exemplo, não tem. Nas que estão, ainda há dúvidas sobre seu melhor posicionamento e sobre suas gesticulações para mostrar à torcida o que eles viram do lance, se é que viram alguma coisa. A impressão que dá é que não têm poder de decisão sobre o árbitro principal.

Acontece que o jeito de jogar futebol ficou mais dinâmico, as transmissões televisivas evoluíram numa velocidade ainda maior, e a arbitragem não se atualizou. Hoje, qualquer decisão dos árbitros é contestada pelas imagens das câmeras, cada vez mais potentes.

Já passou da hora de usar a tecnologia a favor da arbitragem. Há quem diga que para ver o replay, o jogo terá de ser paralisado. Mas o que esquecem é que toda a reclamação acerca de uma marcação duvidosa também para o jogo. E é nessa hora que a empáfia dos árbitros, especialmente os sul-americanos, aparece. Distribuem cartões como que precisando provar que são os machos-alfa do gramado. Ao mesmo tempo, não agem com o mesmo rigor nas jogadas ríspidas.

Para minimizar os problemas é necessário colocar mais árbitros em campo, com regras específicas, e não que dependam de interpretação ou critérios. E o principal: é preciso que a Fifa se renda ao século XXI e use a tecnologia à disposição a seu favor, antes que seja mais tarde do que já é.

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