Felipe Tonon
Patrícia Azevedo
O secretário de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio, disse que ao menos 200 pessoas participaram dos atos de vandalismo na cidade durante os três dias de protestos, que começaram na quinta-feira (20) passada.
O número representa 0,5% dos 41 mil manifestantes que foram às ruas para reivindicar, entre outros temas, melhorias na saúde, educação e o fim da corrupção. Baggio afirmou que os baderneiros estão sendo monitorados, e já foi possível identificar, por meio de fotos e vídeos, vândalos que participaram de depredações durante os três dias.
Policiais à paisana também serão infiltrados na manifestação para ajudar na identificação dos criminosos.
Para evitar novos atos violentos em meio à onda de protestos, a inteligência da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da Polícia Civil trabalham em conjunto na análise das imagens captadas por meio das câmeras da Central de Monitoramento de Campinas (CimCamp).
O movimento Mãos ao alto: você está em Campinas, organizador do primeiro protesto na cidade, que reuniu 35 mil manifestantes no dia 20, esclarece em sua página do Facebook que é contra o quebra-quebra provocado pelo grupo radical.
“Fique bem claro. Passeata é caminhar sem quebrar nada. Vândalos não são bem-vindos. Teremos a chance de mostrar que nossa luta é digna e pacífica”, informou o grupo, no anúncio do segundo ato, que aconteceu na sexta-feira passada (21).
Segundo o delegado Licurgo Nunes Costa, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-2), as análises das imagens já estão sendo feitas. “Nós vamos precisar também de fotografias e vídeos feitos durante os protestos”, afirmou.
Licurgo disse que já identificou alguns vândalos e que irá instaurar inquérito para dar continuidade às investigações. “Além de crime contra o patrimônio, eles também podem responder por formação de quadrilha”, completou.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) fez um apelo às polícias para que os casos de vandalismo sejam investigados e os responsáveis, punidos. “Acredito que a polícia irá conseguir identificar as pessoas envolvidas porque não são muitas”, declarou.
A Secretaria de Segurança estima que pelo menos 200 pessoas tenham participado dos saques às lojas e depredação da Prefeitura. “Analisando as imagens não vi menos que 100 pessoas fazendo confusão em cada um dos atos. O grupo é grande. É muita gente”, disse Baggio, que está montando um banco de dados para identificação dos vândalos. A princípio, as imagens estão sendo arquivadas.
“Vamos analisar características e cruzar os dados para entregar para a Polícia Civil. Com esses dados também poderemos acompanhar as próximas manifestações e conseguir impedir que continuem provocando danos.”
Quem participou dos protestos e tiver fotos ou vídeos que possam identificar os baderneiros pode enviar os arquivos para o endereço [email protected]. Também podem enviar informações de suspeitos ao serviço do Disque-Denúncia municipal. O telefone é o 3236 3040.