O lucro líquido da TIM cresceu 53,6% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, chegando a R$ 798 milhões, nível recorde para um começo de ano. O lucro líquido 'normalizado' subiu 56,0% na mesma base de comparação anual, para R$ 810 milhões. O critério normalizado exclui efeitos não recorrentes.
O aumento no lucro da TIM foi puxado pela ampliação da receita com os planos pós-pagos de telefonia e internet móvel. Além disso, a companhia manteve o crescimento das despesas abaixo da inflação, o que gerou ganhos na margem do negócio. Por fim, houve melhora na linha de imposto de renda.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado aumentou 6,7% na comparação anual, indo a R$ 3,084 bilhões. A margem Ebitda subiu 0,8 ponto porcentual, para 48,2%.
A receita operacional líquida aumentou 4,9%, totalizando R$ 6,394 bilhões.
"O ano começou com um apanhado de indicadores muito bons, especialmente na rede móvel, principal motor de crescimento da companhia", afirmou o presidente da TIM, Alberto Griselli, ao Broadcast.
A receita móvel da TIM cresceu 6,2%, para R$ 5,922 bilhões. A receita com pós-pagos aumentou 13,9%, ajudada pela migração de clientes para planos de maior valor agregado e pelas altas de preços. Já a receita com pré-pagos recuou 10,9% devido à migração de usuários para planos do tipo 'controle' e à diminuição das recargas.
"Estamos dentro do esperado. A combinação dos dois alta no pós e queda no pré produziu o crescimento da receita total", disse Griselli. O presidente da TIM observou que a queda no pré é uma tendência geral do mercado de telecomunicações e reiterou que a prioridade da empresa é ampliar a base de pós-pagos.
A receita de serviço fixo, que responde por uma fatia pequena do faturamento da TIM, teve baixa de 4,1%, para R$ 319 milhões. A operadora citou o efeito da competição acirrada no mercado de banda larga, que pressiona os preços e gera rotatividade de clientes. "O mercado de banda larga não está atrativo, porque há muito competição", afirmou Griselli. "Pela frente, não vai mudar. O crescimento da nossa base pode ser um pouco positiva ou um pouco negativa".
Os custos totais da operação da TIM aumentaram 3,9%, para R$ 3,329 bilhões. O aumento fuçou abaixo da inflação no período devido a medidas para ganho de produtividade, como adoção de inteligência artificial.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 598 milhões, o que representa um aumento de 14%. Esta linha foi impactada por uma perda de R$ 166 milhões após a TIM selar um acordo com o C6 que encerrou a disputa arbitral e a sociedade entre as partes. No acordo, a TIM entregou sua ações no C6 por R$ 520 milhões, mas o montante foi R$ 166 milhões abaixo do valor contábil do ativo no balanço da operadora.
Já a linha de imposto de renda e contribuição social gerou um ganho de R$ 97 milhões, ao contrário da despesa de R$ 69 milhões no mesmo período do ano anterior. Isso ocorreu pela deliberação de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) neste ano, entre outros efeitos.
A TIM ainda reportou investimentos 1,1% menores, de R$ 1,229 bilhão, o que representou 20,9% da receita líquida (ante 22,2% um ano antes). Os investimentos se concentraram em rede, com modernização da infraestrutura de São Paulo.
O fluxo de caixa da companhia atingiu a R$ 1,001 bilhão, expansão de 18,7%. A operadora fechou o trimestre com R$ 5,3 bilhões em caixa e equivalentes. A dívida líquida foi a R$ 11,0 bilhões, com alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) de 0,86 vez.