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Sequestro de ônibus no Rio: como atua a Unidade de Intervenção Tática, divisão especial do Bope

Estadão Conteúdo
13/03/2024 às 10:36.
Atualizado em 13/03/2024 às 10:46

Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, a tropa de elite da Polícia Militar, atuaram nesta terça-feira, 12, no sequestro a um ônibus com 16 reféns na principal rodoviária da capital fluminense. Idosos e uma criança foram rendidos pelo criminoso identificado como Paulo Sérgio de Lima, 29 anos, que acabou se entregando e foi preso.

A condução das negociações esteve a cargo da Unidade de Intervenção Tática, divisão do Bope especializada em situações de crise.

Como funciona o trabalho de negociação?

Diógenes Lucca, ex-comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar de São Paulo, explica que, casos como o sequestro desta terça-feira, são, inicialmente, tratados pelo policiamento comum. Não havendo avanço, o batalhão especializado é acionado.

"São tropas de elite cujas características são a especialidade em algumas missões, entre elas, situações com reféns localizados como a desse ônibus", disse.

A primeira medida das equipes táticas ao chegarem a ocorrências do gênero é a contenção da crise. No caso desta terça-feira, impedir que o ônibus se deslocasse, por exemplo. Em seguida, os chamados perímetros de segurança são estabelecidos. No geral, eles são três:

- Perímetro crítico: local onde estão o sequestrador, reféns e agentes do Bope - este é o local de maior perigo durante a ocorrência;

- Perímetro restrito: onde fica localizado o gabinete de crise, local onde as deliberações são definidas na condução do caso;

- Perímetro externo: espaço onde ficam populares e a imprensa - esse é considerado um ambiente de pouco risco quando comparado aos demais.

Estabelecidos os perímetros, a tropa de elite inicia a implementação das quatro principais alternativas táticas. Lucca explica que elas são aplicadas de forma simultânea, independentemente da evolução do caso. As alternativas incluem: negociação, emprego de técnicas não letais (bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo), atirador de elite e equipe de invasão tática.

"O atirador de elite, por exemplo, é sempre posicionado já que ele começa como uma espécie de auxiliar do negociador. A luneta da arma ajuda a ter visibilidade, eventualmente vê o semblante dos reféns, do tomador de reféns. Ele acaba ajudando com informações", afirma o ex-comandante.

Para Lucca, a atuação de equipes de elite no Brasil tem se aperfeiçoado ao longo dos anos. Nesta terça-feira, por exemplo, todos os 16 reféns foram retirados do ônibus com segurança e o criminoso, preso. Os dois únicos feridos estavam fora do ônibus no momento dos disparos.

"Hoje, já está muito mais amadurecido, ocorreram tragédias no passado e obviamente erros que não devem ser cometidos. Houve aprimoramento policial. São tropas com experiência consagrada e sabem conduzir uma situação como essa", disse.

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