Economia

Fundo que tem Tanure Como sócio leva Emae

Estadão Conteúdo
20/04/2024 às 07:38.
Atualizado em 20/04/2024 às 07:47

O Fundo Phoenix, que tem o empresário Nelson Tanure entre os cotistas, venceu o leilão de privatização da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), realizado nesta sexta-feira, 19, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A oferta foi de R$ 70,65 por ação, totalizando R$ 1,04 bilhão, com ágio de 33,68% em relação ao preço mínimo, de R$ 780 milhões.

Esta foi a primeira privatização da gestão de Tarcísio de Freitas à frente do governo do Estado - a Emae era a última estatal paulista do setor elétrico, que agora passará às mãos do setor privado. E tem significado importante para Tarcísio, que consegue avançar com um processo que vinha sendo considerado um teste para a venda da Sabesp.

O leilão de ontem foi concorrido. O Fundo Phoenix disputou com a francesa EDF, segunda colocada com proposta de R$ 70,31 por ação, correspondente a um prêmio de 33,04%, e com a Matrix Energia, que ofereceu ágio de 12%. Como as propostas iniciais tinham diferença inferior a 20%, a disputa foi para as ofertas em viva voz, com 53 lances até o final.

Vitorioso na disputa, o Fundo Phoenix passará a gerir um ativo com capacidade de 906 megawatts (MW) em geração hidrelétrica, suficiente para abastecer 825 mil residências na Grande São Paulo.

O governador Tarcísio de Freitas comemorou o resultado e reafirmou a meta de chegar a R$ 220 bilhões em investimentos contratados para o Estado, citando entre os projetos já estruturados a privatização da Sabesp. Segundo ele, seu governo aprendeu a estruturar projetos, e que com as privatizações e licitações será possível ter mais capital e fôlego para investimentos. "A gente realmente está focado em atrair investimentos e chegar à marca de R$ 220 bilhões", disse.

Controle de cheias

A hidrelétrica de Henry Borden é a principal das quatro usinas da empresa. Inaugurada em 1920 e localizada ao pé da Serra do Mar, a usina produz sozinha 889 MW. O portfólio da Emae conta ainda com outras três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), oito barragens e duas usinas elevatórias. A empresa também tem papel importante no controle das cheias no Estado, regulando os níveis dos rios Pinheiros e Tietê, que cruzam a capital, e ajudando a prevenir alagamentos. Para isso, é feito o bombeamento das águas do rio para o Reservatório Billings.

Outro serviço prestado pela Emae é a travessia por meio de balsa. A empresa transporta diariamente pessoas e veículos nas travessias Bororé, Taquacetuba e João Basso. "Mensalmente, o serviço da Emae realiza uma média de 14 mil viagens e transporta gratuitamente 161 mil passageiros e 158 mil veículos", informou o governo do Estado em comunicado.

No ano passado, a Emae teve receita líquida de R$ 603 milhões, com valor de mercado de R$ 2,3 bilhões. Além do governo paulista, participam da composição acionária da estatal a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), a Eletrobras, restando uma parcela minoritária de ações nas mãos de outros acionistas. A fatia vendida corresponde às participações do governo e do Metrô, com quase 40% do capital da empresa.

Volatilidade

Após o final do leilão na B3, as ações da Emae tiveram forte queda no pregão da Bolsa de Valores (B3). O fato de serem pouco negociados faz com que os papéis sejam muito voláteis. Logo em seguida ao leilão, os papéis recuaram 15,79%, queda que aumentou até o final do pregão para 21,6%, com as ações cotadas a R$ 54,40.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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