A Cury fechou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido R$ 213,5 milhões, salto de 51,2% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro foi recorde na história da companhia e reflete a expansão dos lançamentos e das vendas nos últimos meses, levando a um aumento da receita, com diluição das despesas e ganho de margem.
A empresa concentra suas atividades no Minha Casa Minha Vida (MCMV) nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O programa tem mostrado condições favoráveis de contratação, o que vem ajudando os negócios.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Cury somou R$ 289,5 milhões no primeiro trimestre, avanço de 53,8% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda alcançou 23,8%, melhora de 1,3 p.p. A construtora teve receita líquida de R$ 1,216 bilhão, alta de 45,2%, e também recorde.
"O resultado do trimestre está seguindo o ciclo de evolução da companhia", afirmou o vice-presidente comercial da Cury, Leonardo Mesquita. "O aumento dos lançamentos e das vendas está chegando agora no indicador da receita líquida. Parece trivial, mas sabemos que não é. Crescer as operações e transformar isso em bons resultados financeiros é um grande desafio", emendou.
Segundo Mesquita, a construtora foi capaz de lançar empreendimentos em localidades com boa demanda, o que se traduziu em velocidade de venda alta, e oportunidade de subir os preços dos imóveis, ajudando a margem de lucro. Em paralelo, os custos de construção estão em alta, mas sob controle. "Não dá para dizer que esteja bom, mas ainda está dentro do planejado", comentou, descartando necessidade de provisão para eventuais subidas de orçamento de obra.
A margem bruta ajustada atingiu 39,0%, avanço de 1,2 p.p. Já a margem estimada com o resultado dos exercícios futuros (margem REF) está em 43,1%, o que indica potencial para melhoras na lucratividade à medida em que as obras forem entregues.
As despesas operacionais da empresa totalizaram R$ 195,6 milhões, aumento de 42,4%, com elevação nas despesas comerciais, gerais e administrativas devido ao aumento das operações.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 14,5 milhões, o triplo na comparação anual, influenciada pela subida dos juros no País.
A geração de caixa foi de R$ 25,7 milhões, aumento de 50,4%. A Cury encerrou o primeiro trimestre com caixa líquido de R$ 261 milhões, montante 39% menor na comparação anual.
Dados operacionais
Em sua prévia operacional divulgada mês passado, a companhia informou que lançou 14 empreendimentos no primeiro trimestre de 2025, sendo nove em São Paulo e 5 no Rio de Janeiro, totalizando 9,1 mil apartamentos. Juntos, eles representam um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2,666 bilhões, aumento de 77,8% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O preço médio por unidade lançada foi de R$ 305 mil. As vendas líquidas chegaram a R$ 1,919 bilhão no primeiro trimestre de 2025, avanço de 44,6% na comparação anual.
O vice-presidente comercial disse que o avanço dos lançamentos e das vendas é resultado do nível aquecido da economia brasileira, com manutenção do emprego em alta, o que alimenta a demanda por imóveis. Outro fator favorável são as condições de contratações de projetos dentro do Minha Casa Minha, que respondem por cerca de dois terços dos seus negócios.
Neste mês, entrou em vigor a faixa 4 do MCMV, cujo número de simulações na Caixa está elevado. "As simulações são o passo inicial para depois termos as vendas. Entendemos que a nova faixa vai rodar normalmente, como as demais. Então, com certeza vão virar vendas neste trimestre".