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Coronel Nunes tem audiência cancelada por suposta fraude em assinatura de acordo com CBF

Estadão Conteúdo
12/05/2025 às 18:10.
Atualizado em 12/05/2025 às 18:19

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) cancelou a oitiva de Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, marcada para esta segunda-feira. O ex-vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prestaria depoimento sobre uma possível fraude em sua assinatura no acordo que manteve o presidente Ednaldo Rodrigues no poder.

Segundo despacho do desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, a audiência marcada às 14h "perdeu objeto", ou seja, não pôde ser realizada por causa do não comparecimento de uma das partes. Não ficou claro, porém, a razão da ausência. O Estadão buscou explicações com o diretor jurídico da CBF, André Mattos, que representa Nunes no caso, mas não obteve retorno.

O TJ-RJ recebeu uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a possibilidade de a assinatura de Nunes no acordo que manteve Ednaldo Rodrigues no comando da CBF, homologado pela Justiça fluminense em fevereiro, ter sido falsificada. O caso veio à tona na última após uma perícia ser anexada ao processo.

Dois pedidos de afastamento de Ednaldo Rodrigues foram protocolados na Ação Direta de Inconstitucionalidade que julga o processo eleitoral que levou o mandatário ao poder no STF. O primeiro foi assinado pela deputada federal e ex-ministra do Turismo Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), e o outro foi solicitado por Fernando Sarney, ex-dirigente da CBF e um dos signatários do acordo. Ambos questionam a validade jurídica do documento. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, negou os pedidos.

A perícia foi realizada a pedido do vereador Marcos Dias (Podemos), presidente da Comissão dos Direitos Humanos no Rio. Segundo a análise realizada por Jacqueline Tirotti, foram observados elementos que diferenciam a escrita. "A convicção que se pode depreender de todas as características observadas e considerando todas as limitações intrínsecas ao presente exame é de não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima", diz o parecer.

Outro ponto que põe em dúvida a autenticidade da assinatura é o fato de Nunes, de 86 anos, ter informado à Justiça sofrer de um tumor no cérebro e cardiopatia grave. Junto à perícia, foi anexado um laudo apresentado pelo Dr. Jorge Pagura, Chefe do Departamento Médico da CBF, em que o profissional indica que Nunes sofre de déficit cognitivo, especialmente após passar por uma intervenção cirúrgica considerada agressiva em 2023.

Em 6 de maio, a CBF se manifestou sobre o assunto por meio de nota oficial. A entidade defendeu a legitimidade do processo e informou que não teve acesso à perícia e que análise está sendo utilizada de maneira midiática e precipitada.

"A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e tem acordo homologado, estando pendente de um pedido de vista", disse a entidade.

Em meio ao anúncio de Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira, movimento considerado nos bastidores como uma vitória política de Ednaldo, o dirigente se tornou alvo de três denúncias na Comissão de Ética da CBF por razões distintas. Entre elas estão denúncias de assédio dentro da entidade, gestão temerária e a própria suspeita de fraude no acordo homologado pela Justiça do Rio.

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