Internacional

Biden diz em aniversário do Dia D que democracia está em perigo por Guerra na Ucrânia

Estadão Conteúdo
06/06/2024 às 18:09.
Atualizado em 06/06/2024 às 18:17

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu nesta quinta-feira, 6, durante a comemoração dos 80 anos do Dia D na França que a democracia está "em perigo". O líder americano traçou um paralelo entre a luta para libertar a Europa da dominação nazista para a guerra de hoje contra a agressão russa e prometeu manter o apoio à Ucrânia contra Vladimir Putin.

Biden, o presidente francês Emmanuel Macron, o rei britânico Charles III e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, prestaram homenagem às dezenas de milhares de soldados aliados que desembarcaram em 6 de junho de 1944 na Normandia, região noroeste da França.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, também foi convidado para a cerimônia em Omaha Beach, uma das praias onde ocorreu o desembarque no período da guerra.

"Vivemos em uma época em que a democracia corre mais perigo no mundo do que em qualquer outro momento desde o final da Segunda Guerra Mundial", afirmou Biden.

O presidente norte americano também reforçou a importância das atuais alianças, e fez um apelo para os americanos não esquecerem do gesto.

O Dia D foi o maior ataque anfíbio da história. "O desembarque na Normandia é uma ilustração poderosa de como alianças, alianças reais nos tornam mais fortes", disse o presidente. "Eu rezo para que nós, americanos, nunca nos esqueçamos dessa lição."

Na França, o rei Charles III recordou com o mais profundo senso de gratidão os soldados aliados e os civis franceses que perderam a vida durante o Desembarque da Normandia, assim como a coragem da resistência francesa. "As nações livres devem se unir para se opor à tirania", afirmou.

Trudeau declarou, por sua vez, que a democracia está sendo "ameaçada por agressores que querem redesenhar fronteiras".

A grande ausente dessas cerimônias é a Rússia. Apesar do alto preço que pagou a União Soviética na vitória final (27 milhões de mortos civis e militares), o presidente Vladimir Putin não foi convidado, ao contrário do que aconteceu há 10 anos.

Críticas veladas a Trump

A fala do atual presidente é direcionada ao ex-presidente e atual rival pela campanha eleitoral em 2024 Donald Trump. O comentário do presidente democrata foi um lembrete de que os compromissos americanos pelo mundo estão em jogo durante as eleições deste ano nos EUA.

A possibilidade do retorno de Trump à Casa Branca deixou muitos líderes do continente temerosos de que a unidade transatlântica, que foi selada em sangue no Dia D e fortalecida em resposta à invasão russa da Ucrânia, poderia se desgastar ou até mesmo se romper. Trump, o provável nomeado republicano, disse que não defenderia aliados europeus que estão "inadimplentes" em seus próprios gastos com segurança.

Trump expressou pouco entusiasmo pela defesa da Ucrânia, criticando o "fluxo interminável de tesouros americanos" e pedindo para a Europa assumir mais o ônus. Ele também manifestou admiração pelo presidente russo, Vladimir Putin.

O líder republicano compartilhou sua própria mensagem de aniversário do Dia D nas redes sociais, elogiando os soldados dos EUA como "heróis imortais". Ele se manteve em silêncio sobre as alianças do país.

Futuro da Ucrânia

As preocupações sobre a confiabilidade americana vão além de Trump. Biden lutou para garantir a aprovação congressual bipartidária para a assistência militar dos EUA à Ucrânia, e meses de atraso contribuíram para os avanços russos no campo de batalha.

Zelenski deve se encontrar com Biden em Paris na sexta-feira, 7. Será o primeiro encontro deles desde a aprovação de um novo pacote de ajuda militar para a defesa da Ucrânia.

O presidente ucraniano tem pressionado por um apoio mais assertivos dos americanos. No mês passado, ele conseguiu a autorização para usar armas americanas em ataques dentro da Rússia.

Putin reagiu com raiva, dizendo estar preparado para usar armas nucleares para proteger a soberania russa e sugerindo que poderia fornecer armas russas àqueles dispostos a atacar alvos ocidentais.

Homenagem a veteranos

Antes da cerimônia, Biden e a primeira-dama, Jill Biden, se encontraram com mais de duas dezenas de veteranos americanos perto da Praia de Omaha, onde ocorreu o combate mais feroz do Dia D. Aqueles que podiam levantar foram ajudados a sair de cadeiras de rodas para posar para fotos. A maioria apertou as mãos de Biden ou o saudou; um o abraçou.

Biden disse a um veterano que "você salvou o mundo". O presidente liderou o público cantando parabéns para outro. Steve Spielberg e Tom Hanks, os pesos pesados de Hollywood por trás de filmes e programas de televisão sobre a Segunda Guerra Mundial, estavam por perto.

Quando o veterano do Exército, Robert Gibson, se aproximou, a primeira-dama segurou seu braço para ajudá-lo a ficar ao lado do presidente enquanto eles se cumprimentavam.

"Não envelheça", brincou o homem de 100 anos de Nova Jersey com o presidente de 81 anos, que era um toddler no Dia D.

Este aniversário da invasão é particularmente sombrio porque será um dos últimos com veteranos vivos. Os sobreviventes mais jovens estão em seus últimos 90 anos. Biden conheceu um veterano que tem 104 anos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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