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O cônsul alemão no Rio será submetido a audiência de custódia hoje

Agência Brasil
07/08/2022 às 11:12.
Atualizado em 07/08/2022 às 11:21

O cônsul alemão no Rio de Janeiro, Uwe Herbert Hahn, 60 anos, preso no começo da noite de ontem (6), por suspeita de envolvimento na morte do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot, de 52 anos, será submetido a audiência de custódia. Será neste domingo (7) , no presídio de Benfica, onde um juiz vai apreciar as circunstâncias do flagrante, para apurar se a prisão é legal, se foram respeitados os direitos do custodiado, se ele teve direito a chamar advogado, por exemplo.

Antes da audiência, porém, a delegada Camila Lourenço, da 14ª Delegacia Policial (DP) do Leblon, onde Uwe Herbert Hahn está preso, disse à Agência Brasil que quer fazer algumas perguntas ao diplomata. Camila informou que o procedimento seguiu todo o trâmite regular, inclusive sendo acompanhado pelo cônsul-geral adjunto da Alemanha no Rio, que “esteve todo o tempo na delegacia”, e foi acionado pela própria delegada, “por uma deferência e respeito ao corpo consular”, indicou Camila.

Hahn e Biot viviam há 23 anos e moravam, atualmente, em uma cobertura no bairro de Ipanema, zona sul carioca. Camila Lourenço informou que o caso será conduzido pela própria DP e não irá para a Delegacia de Homicídios. “O caso foi apreciado pela 14 DP. Ele foi autuado em flagrante, pelo crime de homicídio. A Delegacia de Homicídios ficou fora dessa investigação”. Laudo fala

A delegada está convicta que o diplomata matou o marido. “Com certeza. Eu costumo dizer que o laudo pericial do cadáver também fala. Ele grita as circunstâncias da sua morte”, afirmou Camila Lourenço. O laudo pericial constatou diversas lesões por todo o corpo, decorrentes de ações contundentes, lesões compatíveis com espancamento, com pisadura, com emprego de instrumento cilíndrico, lesões na região anal, no rosto, na cabeça. Em princípio, o que determinou a causa da morte foi o traumatismo encefálico na região próxima da nuca.

Segundo a delegada, as conclusões da necrópsia e do laudo pericial estão na contramão da versão do cônsul. “A versão dele é muito frágil, é fantasiosa, é repleta de lacunas. Então, de forma muito segura, eu concluí pela existência de um homicídio”. A delegada assegurou que Uwe Herbert Hahn agiu sozinho. Explicou que foram encontradas muitas cartelas de medicamento ansiolítico no apartamento, o que sinalizava consumo em abundância e indicava que a vítima estava dopada, “o que tirou a possibilidade de qualquer resistência”.

A Agência Brasil procurou representantes do Consulado da Alemanha no Rio, mas os telefones não foram atendidos. Na sexta-feira (5) à noite, serviços de emergência foram chamados para socorrer Biot que, segundo alegou Hahn, havia sofrido um mal súbito, caído e batido a cabeça. Os médicos encontraram a vítima com parada cardiorrespiratória e várias lesões. O corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia.

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