TECNOLOGIA

Afinal, o que a 'geração Z' quer?

Um amplo estudo tenta traçar o perfil dos jovens que já nasceram conectados à internet e, de certa forma, se veem dependentes da tecnologia

France Press
09/03/2015 às 09:16.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:14
Eles nasceram assim: conectados à rede, não sabem mais viver sem ela (France Press)

Eles nasceram assim: conectados à rede, não sabem mais viver sem ela (France Press)

Velocidade? Sim. Paciência? Não. Redes sociais? Sim. Livros? Não. Ambição? Sim. Obediência? Não. Videogames? Sim. Esportes? Não. Essa é a “geração Z”: apressada, pragmática, autônoma e teimosa. Estes dois bilhões de jovens nascidos depois de 1995, junto com a internet, estão decididos a construir uma vida distante dos códigos e das aspirações dos mais velhos - e deixam fascinados pesquisadores do mundo inteiro por sua fusão natural com o mundo digital. Eles navegam em várias telas e estão acostumados ao “tudo ao mesmo tempo agora”. Acham normal pagar caríssimo pelo último modelo de smartphone, ao mesmo tempo que não veem nada de errado em baixar gratuitamente filmes e música na internet. Os códigos dos adultos parecemdefasados para eles, que gostam das marcas “rebeldes” e se informam, sobretudo, através das redes sociais, segundo estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos por grandes empresas, como BNP e Ford, que querem entender seus futuros clientes. Estes jovens, com idades entre 13 e 20 anos, se consideram de “mente aberta” e “inovadores” - embora reconheçam que são impacientes e cabeças-duras. Adotam os modismos que se propagam pela internet em todo o planeta, seja por meio de sucessos de bilheteria americanos, como “Jogos Vorazes” ou “Divergente”, ou a “K-Pop” coreana. Seu vocabulário é repleto de acrônimos e anglicismos. Seus ídolos são astros da internet, como o sueco PewDiePie, comentarista de games que tem mais de 30 milhões de seguidores no YouTube. Seus amigos das redes sociais são tão importantes quanto os da vida real e, às vezes, acabam se encontrando pessoalmente. Desde os 16 anos, ou até antes, frequentam páginas de contatos. Mais da metade dos “Z” considera que a autêntica vida social acontece nas redes, onde 84% têm conta registrada, segundo consulta da agência americana JWT. Para eles, é mais simples teclar do que falar.Conhecimentos Como seus pais não foram capazes de ajudá-los com as novas tecnologias, eles se acostumaram aos tutoriais no YouTube - são quase todos autodidatas e itegraram o autoaprendizado permanente ao seu cotidiano. Viram caducar várias tecnologias, como os vídeo cassetes, relegados ao universo das relíquias, assim com rádios, CDs e DVDs. Agora, tudo se faz na rede, onde veem qualquer coisa - inclusive violência e pornografia.Eles passam mais de três horas por dia na frente de telas, segundo o escritório de estudos americano Sparks and Honey. Sofrem de “FOMO” (“Fear of Missing Out”, ou o medo de perder alguma coisa), e odeiam a ideia de não estar conectados.E não lhes basta consumir séries e filmes: eles querem participar, criar seu canal no YouTube ou blogs de vídeo. E alguns ficaram famosos desta forma, como o jovem humorista americano “Fred” (Lucas Cruikshan).  A maioria navega pela internet enquanto assiste à televisão. Sua atenção é breve: mais que ler, escaneiam - o que às vezes provoca respostas superficiais às perguntas de seus professores. 

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