Agressões ocorreram após descobrirem suposto estupro a garota de 11 anos
Populares do Jardim Guadalupe, na zona norte de Sorocaba, lincharam o pedreiro F.A.S., de 35 anos, na noite de quarta-feira (8), depois que ficaram sabendo que ele teria estuprado a enteada de 11 anos.
Os homens e mulheres que bateram no pedreiro acreditaram que ele teria morrido após o espancamento. Ele teria ficado sem respiração. Mas o homem sobreviveu, embora tivesse ficado agonizando no matagal onde foi deixado.
Acabou salvo por crianças que ouviram seus gemidos e chamaram a Guarda Municipal. Ao ser socorrido pelos guardas, o pedreiro contou outra história: disse que havia sido assaltado, espancado e que atearam fogo no seu corpo.
Os guardas levaram o homem para o Hospital Regional, onde ele permanece em estado gravíssimo em um quarto com escolta policial. Os ferimentos se espalham pelo corpo todo, principalmente nos olhos e na boca.
A polícia apurou que, após o espancamento, um dos agressores jogou gasolina no corpo e ateou fogo. O pedreiro sofreu queimaduras graves, mas não em órgãos vitais e as chamas se apagaram quando foi abandonado.
Os agressores do pedreiro descobriram o suposto estupro porque a mãe da vítima contou a um irmão que viu o marido forçar a filha a fazer sexo oral nele após uma festa, no início deste mês, e que não fez nada por ele estar bêbado.
O irmão da mulher, uma recicladora de 28 anos, que vive com o pedreiro há um ano, contou, indignado, a outras pessoas no bairro. Aos poucos, homens e mulheres se juntaram a ele na reclamação e foram atrás do agressor.
O espancamento ocorreu a 300 metros do bairro Habiteto e o corpo foi deixado em um local onde já foram encontrados vários outros corpos. Como o bairro não é o mesmo dos linchadores, as crianças alertaram a Guarda.
Agora a polícia vai investigar se o pedreiro realmente praticou o estupro. Uma vizinha dele disse ter gravado a menina contando o crime. A garota e a mãe estão assustadas com a reação da população e com medo do pedreiro.