Nesta Sexta-feira Santa (3) pela manhã, local tinha filas para acessar o único elevador em funcionamento que dá acesso aos guichês de compra de passagens
Passageiros que desembarcaram na rodoviária de Campinas foram obrigados a descer com malasr (Cecília Polycarpo/ AAN)
Uma das escadas rolantes e um dos elevadores da rodoviária de Campinas quebraram mais vez causando tumulto no início do feriado de Páscoa. Nesta sexta-feira (3) pela manhã, lotado por causa da Sexta-Feira Santa, o local tinha filas para acessar o único elevador em funcionamento que dá acesso aos guichês de compra de passagem. Muitos idosos, gestantes e pessoas com mobilidade reduzida decidiram se arriscar nas escadarias para não perder seus ônibus.A escada rolante que leva as pessoas do andar superior à saída também estava interditada. Nesse caso, a alternativa também eram as escadarias centrais. Algumas pessoas decidiram descer por fora, pela rampa de acesso à portaria dos táxis. A expectativa é de que passem 139 mil pessoas pelo terminal até domingo.Os problemas nas escadas rolantes e elevadores da rodoviária viraram rotina para quem frequenta o local. O Correio denunciou as falhas estruturais em reportagens publicadas em setembro do ano passado e em março deste ano. À época, além dos problemas de acessibilidade, o terminal também estava cheio de goteiras. O problema no forro foi completamente sanado na semana passada.A empresa que era responsável pela manutenção das escadas rolantes e elevadores rompeu há uma semana o contrato com a Socicam, administradora do terminal rodoviário, alegando que a concessionária orçava peças de reposição mais baratas e sem qualidade. A escada rolante interna, que dá acesso às plataformas de embarque, chegou a ficar um mês fora de funcionamento por causa do corrimão quebrado. A Engetax acusou a Socicam de comprar, de outra empresa, um corrimão de plástico, inadequado ao equipamento. A escada foi consertada há menos de uma semana.“Agora, foi a outra escada rolante que quebrou”, disse uma das funcionárias do terminal, que preferiu não se identificar. “Isso acontece sempre”, acrescentou. A doméstica Clarissa Oliveira, de 68 anos, levou pelo menos dois minutos para descer as escadas com uma caixa ontem. “A gente paga taxa de embarque, impostos. O mínimo que deveríamos ter era um serviço de qualidade”, falou. Já o pintor Luciano Leite, de 36 anos, acredita que faltam funcionários da Socicam para ajudar a população. “Alguém deveria estar aqui para carregar pelo menos as malas de pessoas mais idosas.”A passageira Maria da Conceição Barra diz que o reparo da escada e elevador deveria ser feito mais rapidamente. “Em um shopping center, por exemplo, a escada quebra, mas é consertada na mesma hora. A gente não vê a escada rolante parada. Por que aqui não pode ser assim?”A diretoria da Socicam e sua assessoria de imprensa não foram encontradas ontem, feriado de Sexta-Feira Santa, para comentar o assunto. No dia 26 de março, a empresa informou que já havia pedido verbalmente a quebra de contrato de manutenção das escadas rolantes e elevadores com a empresa Engetax. A Socicam alega que foi a Engetax que quebrou o contrato e que não havia exclusividade no orçamento das peças. A Socicam fazia, até então, o processo de escolha de outra empresa para manutenção.