SEGURANÇA

Ação anticrime unifica Força Tática da PM

Medida, que integra três batalhões de Campinas, é uma tentativa da corporação de reduzir crimes

Luciana Félix
15/06/2013 às 05:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:03

A Polícia Militar (PM) começou a implantar em Campinas um modelo de combate à criminalidade utilizado em áreas consideradas violentas da Capital, como Capão Redondo, Parque do Carmo e Itaquera. A estratégia tenta conter a escalada da violência. Somente neste primeiro semestre a cidade registrou oito casos de latrocínio (roubo seguido de morte).

O número já ultrapassou o total de ocorrências desse tipo registradas nos 12 meses do ano passado, que terminou com seis casos. Outro problema enfrentado pela polícia campineira é o aumento nos últimos meses de casos de invasões a comércios pela chamada gangue da marcha a ré, que tem levado pânico a lojistas.

O coronel e comandante do Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), Carlos de Carvalho Júnior, disse, nesta semana, que já começou a desenvolver essas ações preventivas e que os números de crimes começaram a apresentar queda. O coronel assumiu o CPI-2 em março último.

Uma das medidas já colocadas em prática na cidade no mês de abril, segundo ele, foi a unificação da Força Tática (grupo de elite da Polícia Militar). Antes da iniciativa, cada grupamento da Força Tática respondia ao seu batalhão específico (em Campinas são três 8º, 35º e 47º) e trabalhavam separadamente nas ações repressivas. Com a mudança, agora, o grupo passou a atuar de forma mais integrada. O grupamento também passou a operar 24 horas por dia, nos períodos da manhã, tarde e à noite, em razão da unificação das ações.

A alteração, segundo o comando da PM, aumentou a produtividade policial, além de elevar o número de apreensões de armas e drogas, e também as prisões feitas em flagrante. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-SP), a média de prisões efetuadas nos três primeiros meses do ano estava em cerca de 340. No mês de abril, passou para 419.

“O aumento da circulação das viaturas de Força Tática trouxe uma maior sensação de segurança para a cidade. As apreensões de armas aumentaram muito. Em fevereiro tivemos uma média de 20 armas de fogo apreendida. Em março, foram 42. Inclusive foram apreendidos três fuzis no mesmo mês. Hoje temos duas companhias da Força Tática que trabalham no sistema de 12 por 36 horas. Elas fazem ronda em diversos pontos importantes do município e de maneira direta. Hoje, tenho uma média de 52 viaturas de Força Tática agrupadas e fazendo operações”, afirmou.

Caixas eletrônicos

Um dos pontos focados pela PM são os casos de explosão de caixas eletrônicos que, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, somaram 16 ataques. Após o reforço do patrulhamento, o número de casos caiu, e os meses de abril e maio tiveram nove ocorrências.

“Fizemos um mapeamento com os dados das incidências, como horários que aconteciam. Notamos que as ocorrências eram entre 2h e 4h. Então, desenvolvemos a Operação Coruja. Mudamos a troca de horário e os soldados passaram a entrar no serviço das 19h às 7h. Eles intensificam o patrulhamento no entorno dos locais que possuem esse tipo de estabelecimentos. Não visamos diretamente ao caixa eletrônico, mas sim todo aquele setor.”

Blitz

Também entre as medidas em implantação estão os chamados “minibloqueios” em vias da cidade. “A viatura no local, com as luzes ligadas, desestimula a atuação dos marginais. A preocupação para combater o crime é constante e temos que agir de todas as formas e não parar. Esse modelo foi implantado em áreas criticas da Capital e conseguiu melhorar os índices. Em Campinas é preciso, além disso, dar a sensação de segurança para as pessoas”, disse o coronel.

Outra medida implantada pelo novo comando foi a Operação Visibilidade, com viaturas policiais paradas em pontos estratégicos, com maiores índices criminais, onde permanecem por duas horas. “A gente trabalha em cima dos índices criminais capturados pelo serviço de inteligência. Com isso, intensificamos a atuação naqueles pontos críticos, visando principalmente aos crimes de homicídio, roubo e o latrocínio, que são as ocorrências de maior gravidade”, afirmou Carvalho Júnior.

No início de abril, tiveram início em Campinas as discussões de um Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública da Região Metropolitana de Campinas (Gamesp), que reúne prefeituras, polícias e governo do Estado para discutir ações anticrime.

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