A vez dos aplicativos

Você acorda pela manhã e olha um aplicativo de celular para saber a hora certa. Em seguida, observa o aplicativo para saber a previsão do tempo. Já o café da manhã é na companhia dos amigos do Facebook e do Whatsapp. Em seguida, lê as notícias por meio do aplicativo da Gazeta de Piracicaba e, se ainda sobrar tempo, curte as novas fotos dos amigos no Instagram. Quando retorna da corrida, no final da tarde, o tempo e a distância percorrida estão registrados no Runkeeper. Você tem ideia de quantos aplicativos possui e quantos consulta diariamente? Pesquisa realizada pela empresa de análises Flurry, que mediu o uso dos celulares entre os americanos, aponta que 86% do tempo gasto na internet por meio dos telefones móveis é dedicado aos aplicativos. Os programas de navegação tradicionais como Internet Explorer, Chrome ou Firefox, que foram a porta de entrada principal no auge dos computadores pessoais, ficam com apenas 12% do tempo deste público.“É possível afirmar que o uso de aplicativos em smartphones e tablets tomou conta do Brasil, especialmente nas regiões mais desenvolvidas economicamente. Esta consolidação ocorreu recentemente. Podemos indicar os últimos dois anos como sendo um momento marcante dessa tendência”, diz o professor da PUC-Camp e da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) Victor Corte Real.Ainda segundo o docente, existem milhares de aplicativos disponíveis nas lojas virtuais, em diversas plataformas e sistemas, tanto gratuitos quanto pagos. “Estudos apontam uma média superior a três horas de uso por dia dos aplicativos. Dado que pode ser percebido pela necessidade frequente de recarregar a bateria dos dispositivos, em muitos casos, mais de uma vez ao dia”.Levantamento divulgado pela consultoria americana Nielsen aponta que os usuários de smartphones na faixa etária entre 18 e 24 anos são os que mais gastam tempo nos aplicativos. Mas os que possuem entre 25 e 44 anos são os que usam mais os aplicativos – 29 no total.Outra revelação do levantamento é que o setor de pesquisas, como o Google, e os de redes sociais correspondem a um terço do tempo dispendido nos celulares. A área de entretenimento, com aplicativos de vídeo como o YouTube, serviços de streaming de áudio e games correspondem a outro terço dos mais usados.“Os aplicativos vieram para ficar e são tecnologias com o objetivo de entreter e informar. E neste aspecto, facilitam muito a vida das pessoas”, revela Real.CUIDADOMas os usuários precisam ficar alerta, já que o uso em demasia é algo frequente. “Situação que pode afetar de forma negativa nas relações sociais no mundo real. Acredito que as pessoas ainda devem aprender a lidar com isso e administrar melhor o quanto dedicar de atenção às telas digitais”, diz o professor, que tem cerca de 15 aplicativos em seu celular, entre redes sociais, editores de imagens, GPS, jogos, entre outros. “Vivo instalando e desinstalando aplicativos”, finaliza.