A Seleção Brasileira chega à semifinal da Copa das Confederações como grande favorita à vitória diante do Uruguai. Com bom futebol, venceu seus três jogos na primeira fase e arrancou elogios de sua exigente torcida. Neymar apresenta a média de um golaço por jogo, Fred desencantou contra a Itália e a turma do banco também tem contribuído para a boa campanha. Três dos nove gols marcados até agora foram anotados por reservas. Um desempenho muito bom e surpreendente para quem acumulou decepções nos últimos três anos.
No adversário, a situação é inversa. Apesar de ter a mesma base que foi à semifinal da Copa do Mundo de 2010 e que ganhou a Copa América de 2011, a Celeste Olímpica vive um momento ruim. Corre, inclusive, o risco de não se classificar para a Copa de 2014. Na fase de classificação da Copa das Confederações, teve dois méritos: perder apenas por 2 a 1 em um jogo no qual levou um baile da Espanha e vencer, também por 2 a 1, o jogo-chave com a Nigéria. Bom futebol os uruguaios ainda não mostraram, já que o técnico Óscar Tabárez está longe de encontrar um ponto de equilíbrio entre sua defesa que não inspira confiança e o seu poderoso trio ofensivo, composto por Forlan, Suarez e Cavani.
Para Tabárez, o fator campo não terá influência na partida. Para defender sua tese, ele usou dois clichês: “torcida não joga” e “dentro de campo são 11 contra 11”.
Não é bem assim. Quando a Seleção joga com agressividade e marca belos gols, a impaciência da torcida brasileira se transforma em euforia. A empolgação do público durante as partidas e, principalmente, no Hino Nacional, tem sido, sim, uma arma para o Brasil. Tabárez vai sentir isso bem de perto na tarde desta quarta-feira no Mineirão.
Quanto ao “11 contra 11”, o técnico uruguaio também pode se surpreender. Depois que conseguiu ter um período só para treinar, Neymar voltou a jogar em altíssimo nível. Foi decisivo nas três vitórias do Brasil e não se destacou apenas pela beleza de seus gols. Tem participado intensamente das partidas e, além de cumprir as funções táticas atribuídas a ele por Felipão, tem sido o diferencial em jogadas individuais. Não vale por dois, mas tem talento suficiente para desequilibrar uma partida decisiva como a desta quarta.
Ninguém vence na véspera, mas o Uruguai vai ter que jogar muita bola para resistir à euforia da torcida e ao talento do camisa 10 da Seleção.