Coluna publicada na edição de 20/6/18 do Correio Popular
Muito se fala sobre a tensão da estreia e a importância de se largar com bom resultado na Copa do Mundo. A terceira rodada também é muito importante, já que define os cruzamentos das oitavas e também uma ou outra vaga. Entre uma e outra temos a segunda rodada, que começou ontem à tarde com a vitória da Rússia sobre o Egito. E, embora sem a expectativa da estreia e o caráter decisivo das partidas finais de cada grupo, é a segunda rodada que vai definir quase todos os 16 classificados para as oitavas de final. A Rússia abriu a fila. Motivada pela goleada sobre a Arábia Saudita no jogo de abertura, a dona da casa passou com facilidade também pelo Egito de Salah. Notem como o ranking da Fifa é um estranho. Das 32 seleções do Mundial, a Rússia é a que tem a pior posição no ranking (está em 70º lugar). Pois foi a primeira a se classificar, com oito gols marcados e um sofrido. No jogo mais difícil da fase, contra o Uruguai, vai apenas decidir se terminará em primeiro ou segundo. Depois do empate eletrizante na estreia, Portugal e Espanha são favoritíssimos hoje contra Marrocos e Irã. Se cumprirem a obrigação, já poderão começar a pensar nos duelos contra russos e uruguaios. Mas a Copa está repleta de jogos equilibrados. A fraca Tunísia por muito pouco não tirou pontos da Inglaterra. O inofensivo México ganhou da campeã Alemanha e o placar de 1 a 0 ficou barato. A Colômbia foi a primeira seleção sul-americana a perder para um país asiático na história das Copas. A Argentina empatou com a estreante Islândia, o Brasil vem sendo duramente criticado pelo 1 a 1 diante da Suíça e vários outros jogos podem ser incluídos nessa lista. A tendência é que a Copa continue assim nessa segunda e, apesar das aparências, decisiva rodada. Na Copa de 2014, Itália e Inglaterra perderam seus jogos na segunda rodada. E voltaram para casa antes das oitavas de final. Portugal, com Cristiano Ronaldo no auge da carreira, empatou com os Estados Unidos por 2 a 2 na segunda rodada. E deixou Campinas bem antes do esperado. Embora seja difícil imaginar qualquer ameaça de zebra nos três jogos de hoje, a partir de amanhã a Copa entrará em um período tenso e extremamente decisivo. O favorito que não for capaz de se portar como tal dentro de campo correrá o sério risco de deixar a Rússia em crise. Não é estreia, não é a terceira partida e ainda não é o mata-mata, Mas é uma rodada muito perigosa, capaz de eliminar de forma precoce até mesmo favoritos ao título.