Há redundância. Em duas reuniões em menos de uma semana, prefeitos da região reclamaram que por conta de queda de receitas e problemas para gerir o atendimento na saúde, precisam tomar remédios para dormir. Um chegou a dizer que deixou de beber há sete anos e tem medo de uma recaída. Há uma choradeira geral. Para o pobre eleitor comum, contribuinte que paga em dia seus impostos, fica difícil entender os motivos de tanta choradeira. Até parece que os prefeitos foram empurrados para seus cargos sob forte ameaça de alguma arma. Quando, na verdade, o que se viu durante a campanha eleitoral foi um desespero para chegar ao final com uma vitória. A campanha de Ribeirão Preto resultou até em cassação de mandatos em primeira instância. Os prefeitos, claro, podem até reclamar, mas devem fazer isso em instâncias superiores. Devem brigar por mais verbas. Mais que isso. Devem brigar por uma reforma no pacto federativo. Este que leva todo o dinheiro para a União e os Estados e deixa os municípios como meros pedintes. A conviver com a excrescência das emendas parlamentares. O resto é choramingo de quem buscou a responsabilidade. E até gastou para isso. É preciso, então, avisar o eleitor que ele não tem culpa de ter votado no prefeito. Foi instado a isso. Quase empurrado pela propaganda eleitoral. Ademais, qualquer trabalhador insatisfeito com seu trabalho, remuneração ou superior, pede demissão. Estamos entendidos, senhores prefeitos? Ou é preciso desenhar?
PRIMEIRO ANO
Nos encontros realizados em Ribeirão Preto, os prefeitos da região disseram que não temem terminar o mandato com problemas. Acreditam que antes do final do primeiro ano já terão sérios problemas com suas execuções orçamentárias. Mas com raras exceções, é possível identificar fontes de desperdício nas administrações. Notadamente com inchaços nas máquinas públicas.
PACTO
Dos prefeitos que discursaram durante os encontros, um dos mais críticos foi Marco Hernani Issa Luiz, o Nanão (PMDB), de Altinópolis. “O pacto federativo está uma vergonha. Principalmente na área da saúde. E não há luz no fim do túnel. Está na hora de falarmos a verdade”, conclamou, dizendo que é preciso parar de dar tapinhas nas costas de ministros e secretários. Faz sentido. Com o volume de investimentos a saúde deveria ser muito melhor.
GREVE
O superintendente do Hospital das Clínicas, Marcos Felipe de Sá, disse que a greve do ano passado, de seis meses, prejudicou o atendimento. “Os mesmos que fizeram greve, hoje criticam as filas”, alfinetou. Mas parece haver algo errado. Qualquer empresa que fica seis meses em greve vai à falência. No setor público continuam as caras de paisagem. Greve de seis meses? Ora bolas. Houve demissões, desconto de dias, alguma punição?
PREVARICAÇÃO?
Durante a discussão na sessão desta terça-feira (16), pelo menos dois vereadores falaram em falta de resposta a requerimentos aprovados na Câmara. Gláucia Bernice (PSDB) disse que a atual administração não responde aos questionamentos. Walter Gomes (PR) disse que nunca recebeu qualquer resposta durante o mandato do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB). Se há prazo regimental, e a falta de resposta pode provocar o impeachment, por que ninguém fez nada? Nem contra um, nem contra outro.