JOGO RÁPIDO

A renovação do time feminino

Coluna publicada na edição de 25/6/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
ccarcani@gmail.com
25/06/2019 às 02:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:54

A primeira Copa do Mundo feminina foi realizada em 1991. Contou com 12 seleções, durou duas semanas e teve apenas uma partida (a disputa do terceiro lugar) apitada por uma mulher. Vinte e oito anos depois, a Copa chega a sua oitava edição. Maior (24 seleções), mais longa (um mês), mais feminina (árbitras em todos os jogos) e mais bem organizada (11 cidades da França vão receber os jogos), a Copa do Mundo feminina tem hoje uma visibilidade bem maior. A modalidade está crescendo e não é necessário fazer comparações esdrúxulas com o masculino para se chegar a essa conclusão. Mas não podemos confundir o desenvolvimento do futebol feminino com o crescimento da Seleção Brasileira. Ao contrário. Se a CBF não agir, em um futuro próximo o Brasil será um coadjuvante bem discreto nos Mundiais. Após a derrota para a França (um resultado normal e com uma atuação acima da expectativa das brasileiras, que enfrentaram um adversário mais forte e experiente), Marta disse que ela, Formiga e Cristiane não vão durar para sempre. E é exatamente por isso que tenho a convicção de que, se nada for feito, o Brasil logo será um participante irrelevante nas Copas. Nosso trabalho de renovação é muito fraco e precisa ser repensado. Para ter um time forte, precisamos ter várias atletas nas principais ligas do mundo. Só assim será possível montar uma Seleção capaz de brigar pelas primeiras posições. Terceiro colocado em 1999 e vice-campeão em 2007, o Brasil chegou à França sem qualidade técnica para repetir campanhas como essas. Imaginem como será quando o time entrar em campo sem Marta (33 anos), Cristiane (34) e Formiga (incríveis 41). Com o objetivo de formar novos talentos, a CBF determinou que todos os clubes da Série A precisam ter times de futebol feminino, não apenas no adulto, mas também nas categorias de base. A iniciativa é indispensável para o crescimento do futebol feminino no Brasil, mas ainda necessita de ajustes importantes (isso será o tema para a coluna de amanhã). O conceito é correto, mas o modelo tem erros graves. É fundamental que sejam corrigidos o quanto antes porque é preciso muito tempo para formar uma geração competitiva. O trabalho é de médio prazo, mas precisa começar logo. O Brasil sempre teve uma seleção bem superior à da Itália. Agora, já estão em um nível similar. A tendência é que em 2023 as italianas já estejam um passo à frente. Em relação às grandes seleções, a distância aumentará mais rápido. A CBF precisa aprimorar a sua ideia o quanto antes.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por