JOGO RÁPIDO

A renda e o público da Ponte

Coluna publicada na edição de 17/5/17 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
17/05/2017 às 00:03.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:21

Nas duas últimas temporadas, a Ponte Preta realizou as melhores campanhas de sua história desde que o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos. Mesmo assim, ficou nas últimas posições em média de público. Apesar da boa fase que vive em 2017 (foi vice-campeã paulista e avançou à 2ª fase da Sul-Americana jogando com raça em La Plata), a Macaca largou mal no Brasileirão no que se refere a público, já que apenas 3.104 torcedores foram ao Majestoso para ver a goleada por 4 a 0 sobre o Sport. Mesmo com as boas campanhas, as críticas à diretoria são frequentes nas redes sociais. Isso é natural e positivo. Bons resultados não podem gerar acomodação e, embora nem tudo possa ser como o torcedor apaixonado deseja, é bom para o clube ser permanentemente avaliado. Sempre há o que melhorar. Cobrar a melhor gestão possível é um direito de qualquer torcedor. Comparecer ao estádio não é uma obrigação, mas quem exige tanto bem que poderia fazer sua parte também durante os 90 minutos mais importantes e saborosos da semana de um clube de futebol. O torcedor que gosta de ver a Macaca, mas não tem comparecido com frequência ao Majestoso está em dívida com o clube. Além das boas campanhas e outras atrações (o artilheiro do Brasileirão e do Paulistão, por exemplo), a diretoria também reduziu o preço do ingresso. Comparem a média de renda da finalista Ponte Preta com a do Botafogo, que chegou às quartas de final e foi eliminado pelo Corinthians. Em nove partidas (três delas de mata-mata), a Macaca teve renda média de R$ 194.606,66. O Bota, em sete jogos (apenas um eliminatório), teve média de R$ 237.085,71. É preciso levar em consideração o número de sócios-torcedores, mas esses valores mostram que a Ponte cobrou pouco pelos ingressos durante o campeonato, inclusive nos confrontos decisivos. Isso reforça o meu pensamento de que não é positivo para o clube reduzir tanto o preço dos ingressos. No domingo, a renda da Ponte foi de R$ 53.425,00, pouco mais da metade da obtida pelo Avaí no jogo contra o Vitória (R$ 101.499,00). É pouco. Para ser cada vez mais competitiva, a Ponte precisa arrecadar mais e ter a maior média de público possível. E ainda acho que o melhor caminho para isso é aumentar o valor do ingresso avulso para estimular a adesão ao Torcedor Camisa 10. Quem gosta de ir ao estádio poderá fazer isso mais vezes e pagando menos. Atender o pedido de torcedor que só reclama e não comparece não é o melhor caminho para as finanças do clube.

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