JULIANNE CERASOLI

A queda de um gigante

Julianne Cerasoli
faleconosco@rac.com.br
10/05/2013 às 21:24.
Atualizado em 25/04/2022 às 16:40

Se há uma equipe que pode virar o jogo durante uma temporada, é a McLaren. Essa é uma daquelas verdades absolutas que ouvimos no paddock da Fórmula 1 sem entender muito o porquê. Virou lenda. Mas a atual dificuldade que Jenson Button e Sergio Perez têm para segurar o carro mesmo usando as novidades trazidas para o GP da Espanha acende um alerta dentro da equipe.

Em outros tempos, como há uma grande mudança de regulamento para o ano que vem, o time poderia se dar ao luxo de esquecer o carro deste ano e focar exclusivamente na próxima temporada. Mas um fator técnico e outro econômico dificultam essa decisão.

Primeiramente, o carro da McLaren não nasceu bem e seus engenheiros estão com dificuldades em melhorá-lo significativamente porque estão sofrendo o mesmo problema que a Ferrari demorou praticamente três anos para resolver: uma má correlação entre os dados obtidos nas simulações dos computadores e do túnel de vento e os vistos na pista. Assim, as peças projetadas não surtem o resultado esperado.

Obviamente, a McLaren não pode se dar o luxo de focar 100% no carro do ano que vem antes de resolver estes problemas, pois a chance do projeto de 2014 também ser equivocado seria enorme. A equipe, a exemplo da Ferrari, vem alugando há algum tempo o túnel de vento da Toyota, na Alemanha, e deve usar os dados adquiridos ali para recalibrar seu sistema. Trata-se de um processo mais complexo do que parece.

Outro entrave é que, mantendo a performance, a McLaren corre sério risco de lutar, no máximo, pelo quinto lugar no Mundial de Construtores com a Force India. Isso significaria um decréscimo da ordem de quase 20 milhões de dólares na receita, pois a colocação no campeonato de equipes determina o tamanho da fatia do bolo dos direitos comerciais que cada time ganha. Para quem já não anda exatamente lotado de patrocinadores e deve voltar a pagar caro pelos motores em 2015, quando acaba o acordo atual com a Mercedes, não é um cenário dos mais positivos.

A situação só não é pior porque, com a contratação de Sergio Perez, muito provavelmente a mexicana Telmex vai cobrir o espaço deixado pela Vodafone, cujo contrato de patrocínio master acaba no final deste ano.

Por enquanto, o sinal ainda é amarelo, mas esse panorama complexo explica por que os próximos meses serão importantes até para o rumo da McLaren. E nunca é demais lembrar o exemplo da ex-poderosa Williams: por mais tradicional que uma equipe seja, quem perde o fio da meada na Fórmula 1 não tem moleza para se reerguer.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por