A queda de Kleina

O Palmeiras finalmente demitiu Gilson Kleina nesta quinta-feira. O “finalmente” não é por que acho que o clube já deveria ter tomado essa decisão há tempos, mas sim porque o clube sinaliza há meses que não estava satisfeito com o trabalho do ex-treinador da Ponte Preta.Depois da conquista do acesso, no final do ano passado, a diretoria demorou muito para anunciar a renovação do contrato do técnico. Nesse período, procurou outros nomes, mas não chegou a um acordo com nenhum deles.Diante desse quadro, o Palmeiras “prestigiou” Kleina, que teve seu contrato renovado. O time foi muito bem na fase de classificação do Campeonato Paulista, eliminou o Bragantino nas quartas e tropeçou no último passo que precisava dar para chegar à final.O treinador voltou a balançar após a derrota em casa para o Ituano, mas dois fatores contribuíram para sua permanência: a boa performance na primeira fase e o azar de perder jogadores importantes como Prass e Kardec ainda no primeiro tempo da partida contra aquele que viria a ser o campeão paulista.Mesmo assim, a pressão sobre Kleina aumentou bastante. Apesar de ser consenso que o elenco precisava de reforços para o setor defensivo, nenhuma contratação relevante foi concretizada.Para piorar, o clube ainda demorou para renovar o contrato de Alan Kardec e o atacante, um dos melhores do time, foi para o rival São Paulo. Para sua vaga, chegou Henrique. O novo centroavante até fez a sua parte e marcou um gol na estreia contra o Flamengo e outro diante do Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil.Gols que não foram suficientes para evitar uma derrota por 4 a 2 no Maracanã e uma virada em São Luís. Na volta a São Paulo, Kleina foi dispensado.O treinador, claro, tem sua parcela de culpa. Em muitos jogos, optou por formações mais defensivas, recheando o meio de campo de volantes. Com exceção dos próprios volantes e dos adversários, ninguém gosta de time assim. A torcida reclama, a turma do amendoim surta, os jogadores de frente ficam insatisfeitos e a imprensa critica a falta de ousadia.A diretoria, porém, precisa ter consciência que só trocar Kleina por Luxemburgo, Dorival ou Ney Franco não vai resolver o problema. Pode melhorar alguma coisa aqui ou outra ali, mas o Palmeiras não alcançará o nível que deseja.A troca de treinador poderá surtir efeito se for acompanhada de outras medidas que o clube já deveria ter tomado há algumas semanas ou meses.