Editorial

A população prisioneira da violência

Correio do Leitor
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01/01/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 09:56

A violência sempre esteve muito presente na sociedade, de forma mais grave onde faltam os quesitos essenciais de segurança e uma ordem institucional capaz de manter em níveis menos dramáticos as ações criminosas. Os eventos de violência nem sempre são evitáveis, fruto de situações de descontrole pessoal, alto nível de estresse, conflitos inadministráveis. Mas há situações previsíveis e medidas preventivas que podem ser adotadas, para que a sensação de segurança seja máxima e a população possa desfrutar a paz possível da vida em comunidade.

A omissão do Estado é a causa mais direta para justificar os altos índices de violência e a impunidade. É seu dever constitucional prover todo o aparato de segurança, tanto na logística, como nos suprimentos e efetivo. É dramática a situação de abandono das polícias, que se justificam com alguns resultados de melhoria dos indicadores estatísticos, mas ainda demonstram um descontrole que se estende até dentro dos presídios de segurança máxima.

O resultado não poderia ser diferente. A população sente-se acuada, temerosa, presa em seus próprios domínios, cercada de muros altos, aparatos eletrônicos, como se o perigo iminente pudesse bater à porta a qualquer momento. Cada vez mais, a apreensão e o medo ditam os comportamentos, fazendo com que a maioria das pessoas tenham incorporado aos seus hábitos gestos e rotinas de segurança (Correio Popular, 30/12, A4).

As pessoas admitem que não têm mais tranquilidade para andar nas ruas, parar em semáforos, entrar e sair de casa, sacar dinheiro em caixas eletrônicos, até mesmo deixar os filhos irem e voltarem das escolas. O medo está presente, as pessoas não contam mais com a proteção institucional, e a sensação de perigo é tão real que não se tem mais a quem apelar. As vítimas se acumulam em filas nos distritos policiais para registrar ocorrências, das quais uma parcela ínfima passa por qualquer investigação ou busca de culpados.

É preciso romper esse círculo e o Estado efetivamente abandonar o discurso fácil e baseado em estatísticas frias, como se a redução percentual de uma ou outra modalidade de ação pudesse representar alívio para os que perderam bens e entes queridos, e a sociedade pudesse respirar aliviada diante de uma criminalidade cada vez mais presente.

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