Coluna publicada na edição de 30/5/18 do Correio Popular
Doriva estreou no comando da Ponte Preta no dia 11 de abril, no Majestoso. O adversário era o Náutico, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Em menos de meia hora, a Macaca fez 3 a 0 e encaminhou a classificação às oitavas. Apenas 49 dias depois, ele foi demitido. E um dos motivos dessa queda precoce é que os gols anotados naquela meia hora representam incríveis 37,5% de todos os gols marcados pelo time na “era Doriva”. A Macaca não conseguiu colocar a bola na rede em sete das 11 partidas disputadas sob o comando de Doriva. Enquanto a defesa conseguiu compensar a deficiência ofensiva, o treinador se manteve no cargo. Mas depois que sofreu quatro gols em apresentações sofríveis diante de Atlético-GO e Sampaio Corrêa, a diretoria resolveu substituí-lo. Independentemente de quem seja contratado para substituí-lo (Marcelo Chamusca deve ser anunciado hoje e é uma ótima escolha), o que a Ponte Preta precisa enxergar é que Doriva e Eduardo Baptista não são os únicos responsáveis pelo rendimento decepcionante apresentado até aqui. O novo treinador até pode melhorar a performance da equipe, mas dificilmente conseguirá fazer com que a Ponte assuma a condição de candidata ao acesso, que é o que se espera de quem vem de três temporadas seguidas na Série A. E o novo treinador terá essa dificuldade porque o elenco é fraco. O time quase caiu no Paulistão e não foi reformulado de forma adequada para a Série B. Mesmo assim, ainda é possível corrigir a rota e entrar na briga por um lugar no G4? Claro que é. Quando disputou essa divisão pela última vez, em 2014, o clube conquistou o acesso. Na 7ª rodada daquele ano, a Ponte tinha dez pontos, apenas três a mais do que conquistou até agora. E terminou o campeonato como vice-campeão, com oito pontos a mais do que o 5º colocado. Tempo para se recuperar a Ponte Preta tem. O novo treinador vai assumir o comando com a competição em andamento, o que não é o ideal, mas também não é o fim do mundo. Fundamental é que o treinador escolhido receba o quanto antes reforços que tenham capacidade de realmente qualificar o elenco. A Ponte não pode ser incapaz de, jogando com um homem a mais, ao menos finalizar contra o gol de um time irregular como o Sampaio Corrêa. Compreensível que a diretoria tenha tomado a decisão de demitir Doriva. Mas ela não pode deixar de enxergar a sua parcela de responsabilidade pela largada ruim da Macaca.