GUSTAVO GUMIERO

A política. A-política. Ah, política!

Gustavo Gumiero
07/10/2016 às 21:25.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:06

Caro leitor, cara leitora, descobri que o mundo da política no Brasil é muito mais sujo que o mundo do futebol, o qual conheço bem. Eu já desconfiava disso, mas acompanhar de perto essas eleições e ter essa certeza é frustrante. Triste constatação saber que muitos que governam não o fazem para o povo, mas para seus próprios benefícios. Vivem “da” política e não “para” a política. Frustrante é saber que somos enganados, enganados e mais ainda enganados. E que às vezes até gostamos disso. Descobri que são tudo interesses, interesses e mais interesses. Interesses próprios, particulares, pois poucos estão a se preocupar com o outro. Como explicar, então, que as mesmas pessoas que se dizem desinteressadas da política atuem como verdadeiros cabos eleitorais de seus candidatos? Muitas delas sabem que o político que apoiam não é o melhor para o cargo, mas mesmo assim enchem seus carros de adesivos, suas páginas de menções, até brigam com amigos, colegas e familiares pela sua “causa”. É verdade que algumas realmente acreditam, mas muitas outras fazem propaganda para que, se o seu candidato for eleito, ela possa desfrutar de dias de menos trabalho. São os “cargos de confiança”, moeda de troca, cargos de “agradecimento” a quem ajudou o candidato na eleição. Por isso, fica difícil acreditar em outro cenário que não o da “privatização”, o da desestatização de muitas áreas que só servem para o fim de interesses particulares e não para o bem da população. Deveriam privatizar tudo, pois o preço que pagamos já é muito caro. A troca de favores corrói, todos querem mamar. Se o Governo se ocupar da educação, da saúde e da segurança, já estará de bom tamanho! Para o sociólogo Max Weber, o homem político deveria ter pelo menos três qualidades: paixão, no sentido de dedicação apaixonada a uma causa; responsabilidade, precisamente em confronto com essa causa, como guia determinante de sua ação; e poder de previsão, que seria a capacidade de deixar que a realidade atue sobre nós com calma e recolhimento interior. Mas não parece que os últimos escândalos e as últimas apurações e condenações tenham mudado a forma de se fazer políticos e política no Brasil. Só luto por meus objetivos, pois sei o valor que têm e a intenção que está por trás deles.

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