Editorial

A necessidade do pensamento metropolitano

Correio do Leitor
05/03/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:11

A Europa vive uma grave crise econômica, com reflexos diretos na qualidade de vida. Países como Espanha e Grécia, por exemplo, sinônimos de riqueza cultural, arquitetônica e gastronômica, padecem com alta taxa de desemprego: 55% dos jovens espanhóis até 25 anos não têm uma ocupação. Entre os gregos, o índice chega a 59%. A Alemanha, por outro lado, é o país com o melhor desempenho econômico. Mesmo assim, o bloco inteiro vê com bastante preocupação o cenário de curto e médio prazos. Se uma economia ruir, todo um projeto de união pode ser comprometido.

O exemplo europeu é, de certa forma, exagerado em uma hipotética comparação com a Região Metropolitana de Campinas (RMC), que desde 2000 forma um bloco de 19 municípios, com PIB de R$ 77 bilhões por ano e 2,8 milhões de habitantes. Na verdade, a RMC, apesar da balança comercial indicar declínio das exportações por conta do cenário internacional desfavorável, tem pujança suficiente para seguir como um dos principais motores de desenvolvimento do País, fruto de seu perfil tecnológico e da força de setores como o de serviços.

A questão que se coloca na RMC é a necessidade de aperfeiçoar o pensamento metropolitano, ou seja, a importância de aprofundar o debate para encontrar soluções colegiadas para problemas comuns. Estes desafios não são poucos. A segurança, por exemplo, é um deles. Planos de combate ao crime têm mesmo de levar em conta a migração das quadrilhas por conta da conurbação entre os municípios e a facilidade de deslocamento entre eles. Pensando nisso, a ação antiviolência do Estado — em parceria com a Prefeitura de Campinas — tem perfil colegiado e um nome até certo ponto pomposo (Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública da Região Metropolitana de Campinas).

Outros exemplos se sucedem: lixo, qualidade dos mananciais, meio ambiente e sistema viário. Políticas públicas têm de ser cada vez mais pensadas de forma coletiva na RMC, uma região em constante transformação.

Desta forma, é promissora a intervenção do presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Milton Serafm, prefeito de Vinhedo, na primeira reunião do ano, ontem, quando conclamou seus pares a assumir a bandeira regional. “Peço a participação ativa de todos os prefeitos e representantes do governo estadual para buscarmos, em conjunto, soluções que possam beneficiar diretamente a população de nossa região”. Serafim cobrou ainda a adoção efetiva do pensamento colegiado, “saindo do individualismo de cada cidade”.

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