CARLO CARCANI

A missão muito difícil do Guarani

Carlo Carcani
09/04/2015 às 21:51.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:22

Sábado será um dia de três decisões para o futebol campineiro. No Paulistão, Corinthians e Ponte Preta vão abrir as quartas de final e logo em seguida será a vez de São Paulo x Red Bull. Vou escrever sobre esses dois confrontos na próxima coluna. Nesta quinta-feira, o tema será São Caetano x Guarani. Não é um jogo de mata-mata na casa de um gigante no futebol brasileiro, mas a situação do Bugre é bem mais complicada do que a da Macaca e a do Toro, embora o favoritismo de Corinthians e São Paulo seja indiscutível.   O Guarani não precisa ser eficiente apenas em 90 minutos para alcançar seu objetivo. Mesmo se vencer o São Caetano no ABC (difícil), o Batatais (provável) e o Velo Clube (provável) em Campinas, o time deve chegar à rodada final precisando de uma nova vitória sobre a líder e virtual campeã Ferroviária. Até aqui, a Ferroviária disputou oito partidas em casa e venceu as oito, o que a qualifica como um adversário muito difícil.   O Guarani não deve jogar a toalha, claro, mas a lógica indica que terá que ficar pelo menos mais um ano na Série A2. Subir agora não é impossível, mas é improvável.   O time tem sido irregular e não mostra força para vencer fora de casa. Apenas Comercial (13) e Batatais (14) marcaram menos do que os 15 gols assinalados pelo Guarani até agora. A média de 1 gol por jogo é muito baixa para quem quer subir. Entre os quatro melhores de 2014, o pior ataque foi do São Bento (1,4 gol por partida). O melhor (1,7) foi do Red Bull.   O Guarani está longe desses números. Em seis oportunidades, saiu de campo sem marcar. Conseguiu marcar três apenas na vitória sobre o Mirassol, no Brinco. Só para comparar, a Ferroviária marcou três gols em três partidas. E ainda fez 7 x 1 no Monte Azul. Só passou em branco em três partidas, todas fora de casa. É com essa frequência que o ataque de um time que quer chegar ao Paulistão precisa funcionar.   E por que o Guarani — que tem uma das maiores folhas de pagamento da A2, paga bichos e não sofreu com problemas graves de atraso de salário — não tem qualidade para marcar mais do que um gol por jogo?   A resposta passa pela montagem do elenco. O clube acertou ao trazer um 9 como Nunes, mas pecou na escolha de outras peças. Nenhum dos atacantes de velocidade, por exemplo, conseguiu se firmar como titular. E, nos últimos jogos, os técnicos (tanto Marcelo Veiga como Ademir Fonseca) insistiram com Adalgiso Pitbull (que não atravessa boa fase) e deram pouco espaço a Vitor Hugo, que, nas raras vezes em que foi utilizado, mostrou ter mais habilidade que os companheiros de posição.   É essa combinação de erros na formação do elenco e na escalação da equipe que deve fazer com que o Bugre fique mais um ano fora do Paulistão.

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