Coluna publicada na edição de 14/6/19 do Correio Popular
Sem seu principal jogador, mas empurrada por sua torcida, ao lado da qual conquistou as quatro edições realizadas no País, a Seleção Brasileira estreia hoje na Copa América na condição de favorita. A ausência de Neymar — de longe o seu melhor jogador e terceiro artilheiro da história da Seleção — diminui, mas não elimina esse favoritismo, já que o fator campo pesa demais na Copa América. Além do Brasil, o Uruguai também tem 100% de aproveitamento nas sete edições que disputou em seu território. Dos três campeões mundiais do continente, só a Argentina perdeu a Copa América em casa. Isso aconteceu em 1916, 1987 e 2011. Na três vezes, deu Uruguai. O Brasil não levanta o caneco desde 2007. Sob o comando de Dunga e com Júlio Baptista, Robinho e Vagner Love, fez 3 a 0 na Argentina de Riquelme, Tevez e Messi. Essa foi a primeira derrota de Messi em finais sul-americanas. Ele também esteve presente nas derrotas para o Chile em 2015 e 2016. Provocar um novo fracasso do astro do Barcelona é o desafio de Tite. Apesar de ser bicampeão, o Chile chega ao Brasil como uma enorme zebra. A ausência da última Copa do Mundo abalou a confiança chilena, O Uruguai conta com o peso de sua camisa, a solidez de sua dupla de zaga e o poder de fogo de seu ataque. Com Godin, Gimenez, Cavani e Suarez, não pode ficar fora da lista de favoritos. Mas se trata de uma seleção que foi campeã apenas uma vez nas últimas oito edições. No mesmo período, o Brasil ergueu o caneco quatro vezes. Apesar de viver um momento pior do que os dois rivais (não é campeã desde 1993), a Argentina deve ser o maior adversário da Seleção Brasileira. Prova disso é que esteve em quatro das últimas cinco decisões, enquanto que Brasil sequer figurou em uma semifinal depois de 2007. Tite não pode nem pensar em ser eliminado tão cedo. Um novo fracasso desse tipo pode provocar sua demissão. O treinador foi muito criticado por convocar jogadores experientes, mas acho que ele está correto. Sua meta é ganhar a Copa América porque não dá para “preparar um time para a Copa”. Os mesmos jornalistas que hoje pedem a convocação de novatos iriam exigir sua demissão em caso de derrota. A França disputou a Euro de 2016 sem Mbappé. Perdeu a final em casa para Portugal, mas dois anos depois, com o garoto em campo, foi campeã do mundo. O que vai acontecer no Brasil nas próximas quatro semanas não tem nenhuma relação com o resultado do Mundial de 2022. O Brasil tem que usar todas suas forças para ser campeão em casa. E a maior pedra no seu caminho é Messi.