Editorial

A luta por um bom ambiente de negócios

Todos sonham com um ambiente regulatório que facilite a abertura de novas empresas e que fomente novos negócios

Correio Popular
07/05/2021 às 11:35.
Atualizado em 15/03/2022 às 20:22

Quanto tempo leva para abrir uma empresa em Campinas? Matéria publicada na edição de ontem do nosso jornal conta a experiência de quem lida com isso diariamente. Pelos relatos, o tempo médio para colocar um negócio em operação pode chegar a 60 dias, se tudo correr bem. Porém, em alguns casos, esse prazo pode ser ainda maior, o que gera frustrações, angústias e desânimo naqueles que desejam empreender na cidade. Além disso, os altos impostos municipais inibem ainda mais os investimentos, provocando um clamor ruidoso em vários setores, especialmente no ramo imobiliário.

Não é de hoje que o excesso de burocracia é alvo de muitas críticas. Um relatório elaborado pelo instituto Doing Business, do Banco Mundial, coloca o Brasil no 120º lugar no ranking de ambiente regulatório, atrás de países como México (39º), Chile (41º) e Paraguai (92º).

A comparação do cenário brasileiro com o de outros países mostra que aqui se gasta mais tempo e recursos para o cumprimento das obrigações regulatórias necessárias para a abertura de um negócio. Outro interessante estudo, publicado em 2016 pela Endeavor, mostra uma radiografia do ambiente regulatório no Brasil. A pesquisa foi feita em 32 municípios considerados polos de empresas de alto impacto.

Na pesquisa, Campinas aparece em 23º lugar com um tempo médio para abertura de empresas de 144 dias. O resultado expõe a morosidade da burocracia local se comparada, por exemplo, a São Paulo, onde o tempo médio para constituir uma empresa é de 88 dias, ou de Uberlândia, que figura no topo do ranking, com apenas 24 dias. Por outro lado, se olharmos para Caxias do Sul (RS), Campinas é o paraíso do empreendedorismo. Lá no município gaúcho leva-se quase um ano para abrir uma firma.

É inegável que todos sonham com um ambiente regulatório que facilite a abertura de novas empresas, que fomente os negócios, crédito barato e boa infraestrutura. Porém, o primeiro passo é entender como funciona a máquina burocrática municipal e localizar os seus gargalos. Só então será possível criar um sistema que proporcione maior celeridade aos processos de abertura de empresa e, ao mesmo tempo, seja aderente às legislações tributárias municipal, estadual e federal.

O tema encontra-se em debate na Câmara Municipal de Campinas. É uma ótima oportunidade para decifrar o funcionamento da máquina burocrática e encontrar os meios para torná-la ágil e eficaz, contribuindo para um ambiente de negócios mais dinâmico e atraente.

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