A convocação da Seleção Brasileira para a Copa América não teve grandes surpresas. Embora tenha sido conservador na escolha dos defensores (veteranos como Daniel Alves, Thiago Silva e Miranda seguem no grupo), Tite apostou em algumas novidades no setor ofensivo. Jogadores como Richarlison, Everton e David Neres ocupam lugares de figurinhas carimbadas das últimas competições, como William e Douglas Costa. Dos três novatos, gostei muito da escolha de Neres. Além da brilhante temporada pelo Ajax, o jovem de 22 anos revelado pelo São Paulo aproveitou muito bem os poucos minutos que teve para jogar com a camisa amarela em amistosos. Tite notou o enorme potencial e o convocou. Uma aposta mais do que correta. Da mesma forma, Tite acertou ao não chamar Vinícius Júnior. Badaladíssimo pela imprensa, o atacante do Real Madrid ainda não mostrou, na minha avaliação, futebol para ser convocado. Quem sabe mais para frente. Por enquanto, não tem bola para estar nessa turma. A escolha mais contestada do treinador foi a de Fernandinho. As críticas têm duas motivações: as falhas do volante do Manchester City em derrotas nas duas últimas Copas do Mundo e a excelente fase de Fabinho, volante do Liverpool. Compreendo que Tite chame Fernandinho porque se trata de um jogador com enorme experiência internacional, espírito de liderança e que segue jogando bem no Manchester City. Ainda assim, acredito que abrir mão de um volante com ótimo desempenho no vice-campeão inglês e finalista da Liga dos Campeões foi o maior erro de Tite. Aos 25 anos, o campineiro Fabinho vive grande fase e deveria ter camisa no time titular. Poderia inclusive ocupar o lugar de Casemiro. Na minha opinião, Tite também errou ao chamar Philippe Coutinho. O brasileiro fez uma temporada muito abaixo da expectativa. Contratado por R$ 1,5 bilhão pelo Barcelona, o meia assinou contrato de cinco anos, mas já existem rumores de que possa ser negociado antes da próxima temporada, principalmente se o francês Griezmann desembarcar mesmo no Camp Nou. Para ter futuro na Seleção Brasileira, Coutinho terá que dar uma resposta imediata, com boas performances na Copa América. Apesar de ter apenas 21 aos, Lucas Paquetá é uma sombra enorme para o meia do Barça. Com a experiência que adquiriu em seus primeiros meses de futebol europeu, Paquetá pode aproveitar a fase discreta do companheiro para conquistar a posição.
