ZEZA AMARAL

A lei que ninguém respeita

Zeza Amaral
zeza@rac.com.br
05/08/2013 às 21:16.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:27

Fred, atacante do Fluminense e do Felipão, perdeu mais um pênalti e um rebote de bônus seguido, e seguidos. Como o freio do carro, pênalti não é um detalhe do futebol: é uma peça importantíssima e que também exige manutenção constante. Se contra o Cruzeiro o pênalti perdido de Fred não impediu a vitória do Fluminense, contra a Ponte Preta, provocou um empate rançoso. E não é curioso o fato de o pontepretano William, recentemente, também ter perdido dois pênaltis seguidos. Em ambos os casos, faltou a manutenção necessária da técnica.Vi um comentarista de tevê dizer que marcar ou perder gol de pênalti “é um detalhe” que pode ou não acontecer durante uma partida. Ora, o pênalti, assim como o tiro de meta, o arremesso lateral, o escanteio, são “ferramentas” que se usam para a prática do futebol. São as mais comuns, é certo, mas igualmente importantes para se construir o espetáculo que, dependendo da técnica de quem as manipula, pode virar um rame-rame sem fim.Pênalti, já disse aqui e repito, é um ato tão ou mais covarde que fuzilar um inimigo vendado e amarrado a um poste, sem chance de fuga ou defesa. No caso, o goleiro, que não pode se mexer para defender uma meta que mede 7,32m de comprimento por 2,44m de altura: exatos 17,8608 metros quadrados de área vertical, aérea e frontal. Considerando um goleiro de 2m de altura por 0,90m de largura (o Cássio, por exemplo), temos aí 1,80m quadrado para defender um espaço quase dez vezes maior. E aí vem o Fred, que pode tomar a distância que quiser, chutar uma bola que está a 11 metros da meta e... o goleiro defende.Pênalti não é loteria, como muitos dizem em mesas redondas esportivas de tevês, rádios e botequins. É competência adquirida pelo exercício da repetição e, é claro, pelo conhecimento da Lei de Edward Murphy Jr., falecido em 1990 aos 73 anos. Segundo ele, “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará.” Aliás, o físico norte-americano Robert Mathew fez um exaustivo experimento e após soltar por 9.821 vezes uma fatia de pão, atestou que em 6.101 das vezes, o lado que estava com manteiga caiu de cara no chão.Jogadores de futebol — e principalmente os batedores de pênalti — deveriam ler o livro do físico Mathew, “A Teoria em Queda, a Lei de Murphy e as constantes fundamentais”, lançado em 1995. Tecnicamente pode não contribuir em nada, mas bem ajudaria a tornar as entrevistas de campo um pouco mais hilárias.

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