Editorial

A inesgotável criatividade dos bandidos

Correio Popular
05/06/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:31

A questões de segurança sempre são um desafio para as autoridades, que se debatem com a falta de estrutura, de condições ideais de trabalho, além de se depararem com o vertiginoso agravamento dos índices de violência. Mesmo que o raciocínio torto das estatísticas que apontam para ganhos aqui e ali, o que se tem é uma situação caótica de insegurança, de falta de proteção aos cidadãos.

Como na analogia do cobertor curto, quando as forças de segurança passam a atuar onde existe maior incidência de criminalidade, sempre surge uma nova modalidade para inaugurar nova fase de ataques às pessoas e ao patrimônio, como a driblar a vigilância e colocar os criminosos à frente do sistema policial. As ações de bandidos parecem renovadas e ressurgem onde há o ponto frágil da vigilância. Agora, a região está sendo vítima de uma modalidade que ainda desafia as providências preventivas. Gangues têm atacado estabelecimentos comerciais como um modo que chega ao grotesco, arrombando as portas das lojas com carros batendo em marcha a ré, provocando estragos enormes, além do óbvio prejuízo com a perda das mercadorias. Desde o começo do ano, já foram registrados 26 casos somente na Região Metropolitana de Campinas (RMC) (Correio Popular, 4/6, A11).

É certo que a violência tem uma diretriz. Será mais intensa onde houver facilidade, distanciamento de patrulhamento, oportunidade e a garantia de não ser flagrada. Se as polícias intensificam as blitze para conter a explosão de roubos e furtos de veículos, intensificam-se os assaltos à saída de bancos. Se os sequestros estão na mira de equipes especializadas, os caixas eletrônicos estão desprotegidos para serem explodidos. É uma roda-viva que alterna períodos de repressão e a certeza da impunidade.

Enquanto não se dotar o aparato de segurança de uma estrutura mínima condizente com a necessidade de combater a criminalidade, resta ao cidadão cercar as casas de cercas elétricas, erguer muros, blindar carros e colocar barras de ferro fincadas nas calçadas para tentar evitar ser a próxima vítima. Pelo menos até que os bandidos encontrem outra forma de agir impunemente. O medo e a sensação de insegurança se agravam na medida da impunidade, que atualmente é o maior estímulo para a ousadia e criatividade dos violentos.

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