CARLO CARCANI

A importância de ter confiança

Carlo Carcani
26/06/2013 às 22:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 11:12

A confiança conquistada com as três vitórias na primeira fase foi muito importante para a Seleção Brasileira nesta quarta-feira, no Mineirão. O time de Felipão voltou a encontrar dificuldades de penetração e correu muitos riscos diante de um valente e aplicado Uruguai. Mas, ao contrário do que acontecia na época da má fase, teve equilíbrio para chegar à vitória. Se um jogo como esse fosse disputado há um mês, o time entraria em pânico, a paciência da torcida se esgotaria em meia hora e o desfecho seria diferente.

Hoje, mais entrosada e confiante, a Seleção não se abateu diante das dificuldades e venceu, mesmo sem jogar bem.

Julio Cesar, eleito o melhor jogador em campo, não foi tão exigido assim, mas foi o protagonista de um lance que mudou a partida. Ao defender o pênalti cobrado por Forlan, seu ex-companheiro de Internazionale, Julio impediu que o Uruguai ficasse em uma situação muito confortável na partida.

A defesa foi muito importante para o time e também para Julio, o único jogador que ainda não tinha adquirido toda a confiança necessária durante a Copa das Confederações. Apesar de ter sofrido apenas dois gols nos três primeiros jogos, ele andou soltando bolas fáceis em lances que, mesmo sem maiores consequências, remetem ao seu erro nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010.

Herói da classificação para a final, Julio Cesar ganha força para se firmar como titular. Para se redimir completamente, ele precisa ser o número 1 de 2014 e, claro, ser campeão em casa.

A preocupação no momento, porém, é superar o vencedor de Espanha e Itália. A Fúria está em estágio muito superior e a Azzurra aposta tudo em sua tradição. Afinal, suas outras armas parecem inofensivas no momento.

Balotelli, o astro da seleção, já voltou para casa, contundido. E a forte defesa não vive bom momento, pois levou três gols do Japão (fora o massacre) e mais quatro do Brasil. Não é o que podemos chamar de defesa segura.

Vejo a Espanha como favorita, assim como o Brasil era nesta quarta. Pode até ser que a Itália ofereça alguma resistência, como fez o Uruguai, mas acho muito difícil que a Espanha passe um aperto parecido.

Após o jogo, Felipão enfatizou que o Brasil teve mais posse de bola (65%), finalizou mais (19 a 10) e acertou mais passes (425 a 250). Certamente citou esses números para mostrar que o Brasil também pode jogar como a Espanha.

A atual campeã mundial e europeia, porém, faz tudo isso e, ao contrário do Brasil, cria oportunidades claras com frequência. Por isso é favorita nesta quinta-feira. E também será no domingo.

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