CARLO CARCANI

A hora de eliminar os melhores

Carlo Carcani
23/04/2013 às 15:35.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:09

O empate sem gols em Bragança Paulista foi ruim, mas isso não ofusca o excelente trabalho realizado pela Ponte Preta até aqui.

É evidente que as chances de sucesso nas quartas de final seriam maiores se a Macaca tivesse cumprido sua missão de vencer um Bragantino desfalcado e sem ambição no campeonato.

Teoricamente, seria muito melhor receber o Botafogo em casa, com boas chances de disputar também a semifinal no Majestoso, do que recepcionar o Corinthians e ainda por cima sem poder contar com o peruano Ramirez.

Tudo isso, porém, é teoria. Ninguém sabe se o Mogi Mirim vai vencer o duelo do Interior e nem se o badalado Corinthians conseguirá dar o troco na Ponte, por quem foi eliminado nas quartas de final do ano passado.

O que a Ponte precisa fazer é se preparar da melhor forma possível para o dificílimo jogo de domingo, contra uma das melhores equipes do continente.

Apesar de frustrante, o tropeço na rodada final não apaga a campanha que garantiu a presença da equipe nas quartas de final, com o direito de atuar em casa.

Na primeira fase de 2012, a Macaca amargou sete derrotas e se classificou em 8º lugar, com 28 pontos. Em 2013, fechou em 4º, com seis derrotas a menos e dez pontos a mais. É uma grande evolução, mas a campanha só será igual ou melhor do que a anterior se a Ponte conseguir eliminar o campeão mundial. Muito difícil, não se discute. Mas impossível os dois clubes já sabem que não é.

A Ponte de 2012, mesmo sem ter a consistência do time atual, conseguiu isso no Pacaembu. A Ponte de 2013, mais competitiva, tem condições de repetir a dose em casa.

Para isso, será necessário superar limites. A Ponte não jogou tudo o que pode em Bragança e pagou por isso. Para tirar um favorito ao título da briga, terá que fazer o seu melhor.

Treino secreto não ganha jogo, mas Guto Ferreira está correto em fechar todas as atividades do time até a batalha de domingo.

A semana é diferente e os jogadores precisam sentir isso. Não se trata de “esconder o jogo” porque isso é impossível. O objetivo é aumentar a concentração dos atletas nas atividades, mostrar a eles que a próxima partida é diferente das 19 anteriores e que agora a Ponte se encontra em um novo estágio.

O audacioso objetivo de se classificar no G4 foi alcançado, mas para atingir as próximas metas será necessário atingir um novo nível. É preciso melhorar em tudo e isso não se restringe a ser melhor em cada desarme, passe ou finalização durante a partida. A preparação também precisa ser a melhor possível e isso passa pelo trabalho de Guto Ferreira durante a semana. Estar entre os melhores era o objetivo, já alcançado. Agora é hora de eliminar os melhores.

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