ig-zeza-amaral (AAN)
A lei, segundo Cesare Beccaria (e qualquer primeiro aluno de Direito sabe disso), não foi feita para punir infratores e, sim, para preservar os inocentes. Não sou, é claro, doutorado em Direito ou em quaisquer outras coisas acadêmicas. Sou apenas um cidadão que ganha a vida escrevendo o que penso da vida neste jornal, além de um outro que bravamente resiste em Monte Sião. E a vida que venho seguindo nos últimos anos não me dá o conforto que mereço cumprir pelo adiantado das minhas horas existenciais e, também, morais. Mas sigo em frente.Ouvi meu pai criticar os militares que, rasgando a nossa Constituição, em 1964, decidiram ser as vestais da sociedade brasileira. Foram 21 anos de ditadura, corrupção, conchavos empresariais, onde nasceram jovens políticos safados que até hoje se mantêm na política nacional, agora cobertos de cabelos brancos, colarinhos engomados e dentro de ternos bem cortados. José Sarney é o maior exemplo dentre todos; figurando no centro Paulo Maluf; e, na outra ponta do coronelismo político o já cassado ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador da República. Todos os empresários presos pela Operação Lava Jato, sem exceção, têm os cabelos brancos, colarinhos engomados e ternos bem cortados. José Dirceu, José Genoíno, Cunha, Delúbio Soares, os grandes pajés do Partido dos Trabalhadores, também estão com as têmporas grisalhas, com pescoços impunes em seus colarinhos brancos e ternos bem cortados. Olho as fotos dos bandidos que roubaram a Petrobras e não me causa estranheza que todos têm pelos brancos, colarinhos engomados e ternos bem cortados. Causa-me asco republicano o procurador-geral da república (assim, em minúsculas), Rodrigo Janot, afirmar que se sentiu aliviado por não detectar nenhum malfeito da presidente Dilma Rousseff na imensa lista de pessoas denunciadas pelos principais envolvidos em repasses de propinas (todos amparados na lei da delação premiada) e mesmo embora parte da propina tenha sido para financiar a sua primeira campanha presidencial, tão vitoriosa em 2010; embora tão desditosa moralmente em 2012. Não entro em mais detalhes para não aumentar o saco emocional das razões mais do que óbvias do raro leitor; afinal, sabemos todos que os anos petistas só nos trouxeram problemas infraestruturais, além, é claro, dos inconstitucionais. O Brasil que vai hoje às ruas para protestar contra um governo que nos acusa de golpismo está cansado das mentiras petistas. Lulla da Sillva, o neocoronel da política brasileira, é um embusteiro. E covarde. Foge das suas responsabilidades cívicas como líder do maior partido organizado do País. Uma ostra ambulante.Lulla da Sillva não sabe de nada. Lulla da Sillva não quer nada com todos os ladrões envolvidos no maior assalto já perpetrado em uma nação democrática. Nunca antes no mundo democrático uma quadrilha político/partidária agiu tão impunemente por mais de dez anos. E há doze anos venho escrevendo que o lullo-petismo é a célula mater da nova corrupção do País, em constante metástase. Lulla e o PT se aliaram a José Sarney, Paulo Maluf e Fernando Collor de Mello. E fico por aqui porque a lista tem a metragem de um rolo de papel higiênico. Qualquer estudante de oncologia aprende que células cancerígenas só sobrevivem quando se multiplicam. Lulla, é certo, não é a célula-mater do câncer político nacional; foi apenas inoculado pelo poder do sindicalismo pelego que hoje não consegue sequer tomar uma pinga no bar da esquina, quanto mais liderar uma manifestação espontânea de professores curitibanos e caminhoneiros brasileiros. Sarney, Maluf e Collor devem estar tomando porres de risadas escocesas diante disso. Lulla não é o grande político que alguns vigaristas acadêmicos disseram em artigos e entrevistas. Foi um grande otário nas mãos dos covardes diplomados que não quiseram assumir suas credenciais ideológicas, estelionatários acadêmicos que sempre foram, muitos deles ganhando até hoje bons salários para corromper o conhecimento dos nossos filhos e netos universitários. O Brasil sempre cuidou de ter as suas panelas areiadas, lusidías. E hoje é o dia de amassá-las. E isso é apenas o começo de mais um longo e entristecido caminhar para firmar um velho compromisso com a Constituição Brasileira. Bom dia.