Coluna publicada na edição de 11/4/19 do Correio Popular
Com uma vitória nas últimas oito partidas e com um técnico com alta rejeição entre os torcedores, o Guarani está reformulando seu elenco para a disputa da Série B. A derrota em um jogo-treino com o Rio Branco, que vai disputar a quarta divisão do Campeonato Paulista, contribuiu para aumentar uma visão pessimista do que o time poderá apresentar a partir do dia 27, data da estreia contra o Figueirense, no Brinco de Ouro. William Matheus e Thiago Ribeiro, titulares no Paulistão, já deixaram o clube. Diogo Cardoso, artilheiro do time com sete gols, pode retornar ao Santos. Essas baixas aumentam a dificuldade que o Guarani terá para montar um elenco que seja capaz de ao menos repetir o 9º lugar de 2018. Ficar no meio da tabela não é uma campanha dos sonhos, mas dos pesadelos recentes a torcida bugrina ainda não se esqueceu. E seria desastroso revivê-los. Escrevo isso para lembrar que o projeto de terceirizar o departamento de futebol aparentemente está parado. No ano passado, ouvi muitas vezes que “não era hora” de discutir uma parceria como essa ou que as conversas nesse sentido poderiam “afetar o rendimento” do elenco. Esses argumentos não se sustentam. A partir do momento que o clube chega à conclusão de que terá mais chances de ser competitivo com um parceiro que tenha recursos para investir na contratação de jogadores e na modernização do departamento de futebol, esse acerto deveria se transformar em uma prioridade para a diretoria. O time entrou em férias, fez a pré-temporada, disputou o Paulistão e agora se ajusta para a disputa da Série B. Nesse tempo todo não teve “hora certa” para levar essa ideia adiante? Não há garantia nenhuma de que o Guarani será mais forte se terceirizar seu departamento de futebol. Mas os sinais de que isso vai acontecer são evidentes. Ainda assim, o clube deixa o tempo passar e segue queimando o dinheiro que não tem ao fazer, por exemplo, um contrato com multa rescisória alta com um treinador que teve passagens muito curtas pelos quatro clubes que comandou. O Guarani apresentou um rendimento muito baixo nas últimas partidas e daqui a pouco mais de duas semanas vai estrear em um campeonato difícil e equilibrado. Se por acaso as coisas não derem certo e o Guarani voltar para a Série C, seu departamento de futebol será bem menos atraente para qualquer investidor. Aí sem, por falta de opções, não será uma boa hora para discutir o assunto. A hora certa é o quanto antes.