A história por trás das canções de Vinícius de Moraes

Vinicius de Moraes é mais conhecido por sua poesia ou por suas canções? Pouco importa. Com o tempo, a obra tornou-se maior do que o autor. Mas, na música, unanimidade entre seus parceiros, ele teria sido o letrista que mais perfeitamente encaixava as palavras. Ou melhor, descobria, graças à sua musicalidade aliada à habilidade com as palavras, a sílaba exata para cada nota musical, como se traduzisse o som que ela pedia. Imagine, então, ter o privilégio de conhecer informações e curiosidades que envolveram o processo de criação das icônicas canções desse poeta, diplomata, letrista e autor.Em comemoração ao centenário de nascimento de Vinicius, o quinto volume da série 'Histórias de Canções' (LeYa, 224 págs., R$ 35,90) embarca nessas composições que marcaram a história da música brasileira em muitos gêneros, que vão desde bossa nova até afro-sambas, passando pelas canções infantis. Os autores Wagner Homem e Bruno de La Rosa, além de oferecer um passeio histórico pela trajetória musical de Vinicius, reuniram imagens, depoimentos e registros que ajudam a ilustrar alguns momentos vividos pelo poeta com suas canções e parcerias.Por exemplo. Tom Jobim teria perguntado uma de vez a Vinicius: “Mas, afinal, quantas vezes você vai se casar?”. “Quantas forem necessárias”, respondeu o poeta — no final, foram nove. A resposta ilustra bem a permanente disposição do poeta de buscar sempre a paixão infinita, ainda que ela não dure eternamente. Algo que foi a base, segundo os autores, para a clássica 'Eu Sei que Vou Te Amar', escrita pelos amigos. E não é por acaso que Vinicius, nas gravações que fez da canção, incluiu o 'Soneto da Separação' (“De repente, não mais que de repente; fez-se de triste o que se fez amante; e de sozinho o que se fez contente”). Essa é apenas uma história de uma vasta obra em que Vinicius escancarou sua máxima de vida: a paixão pela mulher, seja em poesia, seja em letra de música.