A grande final

O Chelsea de Mourinho, o Barcelona de Messi e Neymar, o Manchester City de Touré e tantas outras estrelas, o Bayern de Pep Guardiola, o Borussia, vice-campeão no ano passado, e o milionário PSG de Ibrahimovic... Todos eles ficaram pelo caminho. Só dois times conseguiram completar a viagem até Lisboa, palco da grande final da Liga dos Campeões.Completar essa viagem não é nada fácil, mesmo para clubes ricos e recheados de estrelas. Maior prova disso é a ausência do Real Madrid — maior vencedor da competição — nas decisões dos últimos 11 anos.Depois que conquistou seu 9º título ao vencer o Bayer Leverkusen por 2 a 1 em 2002, o Real não conseguiu disputar outra decisão.Mesmo com o excepcional Cristiano Ronaldo e outros tantos jogadores de altíssimo nível técnico, o clube merengue teve que esperar muito tempo para voltar a ter a honra de disputar a decisão mais esperada da Europa. Em 2002, o Real era favorito porque enfrentou um time de menor estrutura, tradição e recursos.O Bayer Leverkusen de Lúcio, Ballack e Berbatov fez uma grande campanha e deu trabalho ao Real de Roberto Carlos, Zidane, Figo e Raúl, mas não foi capaz de evitar a derrota por 2 a 1. Lúcio abriu o placar, Figo empatou e Zinedine Zidane marcou o gol do título.Neste sábado, o cenário é parecido. É normal que o Real de Casillas, Sérgio Ramos, Di Maria, Bale, Cristiano e Benzema esteja na final. Carlo Ancelotti, dono de quatro títulos da Champions (dois como jogador, dois como técnico, todos pelo Milan), tem um elenco muito superior ao de Diego Simeone.O treinador argentino vai viver, neste sábado, pela primeira vez, a experiência de disputar uma final de Liga dos Campeões. Em 2011, ele assumiu o comando do Atlético, clube que defendeu como jogador. Em três anos, já deu quatro títulos para os colchoneros: ganhou a Liga Europa, a Supercopa da Europa, a Copa do Rei e o Campeonato Espanhol.Seu trabalho, como se vê, já é brilhante. Uma Champions, porém, o levaria a outro patamar.Seu desafio será fazer com que seu competitivo Atlético consiga a façanha de bater um rival galáctico e extremamente motivado. O Real quer demais ganhar “La Décima” e é o favorito.Em busca de seu primeiro título, o Atlético de Madrid aposta na aplicação tática e na capacidade de superação, virtudes que sua equipe adquiriu graças ao trabalho de ‘Cholo’ Simeone.Real e Atlético fizeram campanhas brilhantes para chegar a Lisboa. Chegou a hora de descobrir quem vai voltar a Madri com a taça na bagagem.