ANTONIO CONTENTE

A fortaleza da dor do povo

29/07/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:23

Observando os movimentos de rua, não o fajuto, dos sindicalistas, mas os outros, conclui-se claramente que a revolta se esconde atrás da impotência. O paradoxo é apenas aparente, pois se sabe claramente, por tantos exemplos do passado no mundo inteiro, que acuado diante do poder que dele abusa, o povo acaba explodindo. Ora, amigos, vamos falar a verdade, há tempos não se via, no Brasil, chão tão fértil para o brotar da raiva como este no qual pisamos hoje. Consolidou-se, de 2003 para cá, o típico cenário para os que gostam de levar vantagem em tudo nadar de braçadas. O que, aliás, me espanta, é que a população, diante de tanta bandalheira, tenha demorado o que demorou para erguer os punhos no brado de “Basta”! Safadezas, nepotismo, roubalheiras, espertezas de políticos sempre ocorreram. Mas, nos últimos dez anos, a cúpula do poder instalada “nestepaiz” caprichou no incentivar os safados, os biltres, os crápulas, os descuidistas, os lunfas, os pelintras. E vejam que mesmo com o brado dos inconformados, a segurança que os cretinos têm é tão grande, que ministros e os presidentes das duas Casas do Congresso se servem de aviões da FAB, que só saem do chão graças aos nossos impostos, para levá-los a assistir jogos de futebol. Ou encher a cara em festas de casamento. É lógico que, sentado no poder, Lula, mestre em conquistar votos de quem não sabe o que faz, criou o ambiente propício aos descalabros. Não podemos esquecer que tanto o senador Renan Calheiros como o deputado Maia, os meninos voadores, são da base de sustentação do governo Dilma como o foram do soba que hoje é lobista de empreiteiras. Para qualquer lado que você olhe no emaranhado de malfeitos a nos cercar, vai dar de cara com gente ligada ao poder entronizado faz mais de 10 anos no Planalto. Vejam, por exemplo, o que está acontecendo no Rio de Janeiro. O governador de lá, um tal de Sérgio Cabral, encontra-se acuado. Para sair ou entrar em casa precisa de aparato policial ou então de helicóptero. O mesmo que costuma usar para ir da sua cidade à casa de praia levando pranchas de surfe, caixas com cervejotas, mucamas e até um cachorrinho. Este, certamente, o melhor dos passageiros... Nessa responsabilidade que cabe a nós, jornalistas, de fazer chegar ao conhecimento das pessoas coisas boas e más, há certa necessidade de sermos didáticos. Quando aí em cima digo que a base de sustentação do governo Dilma/Lula está tomada por pessoas de fichas mais sujas do que pau de galinheiro, é de bom alvitre matar a cobra e mostrar o pau. Mesmo que seja com poucos exemplos de uma longa lista. Jáder Barbalho, conhecem? Hoje é senador, mas, ao tempo em que governou o glorioso Estado do Pará, fez fortuna, segundo acusações em curso, a usar métodos heterodoxos e até por xilindró já passou. Pois bem, tal senhor é da base de sustentação do Planalto. Como o é, para continuar com personagens da Amazônia, o também senador Romero Jucá. Tal cidadão, no seu Estado, Roraima, apresentou como caução para empréstimo no Basa nada menos de sete fazendas. Que, apuraram depois, simplesmente não existiam... Claro que, nesta feição de didatismo não podemos esquecer dois ex-presidentes: Collor e José Sarney. O primeiro sucedeu o segundo que, na posse de S. Excia., exalou mal estar com o novo mandatário. Só que hoje ambos, aos beijos e abraços, pertencem a que? Claro, à copa e cozinha da doutora Dilma. Que certamente faz que não lembra de discurso pronunciado por seu mentor, em 1989, em Sergipe, no qual Lula apontava o dono do Maranhão como “o maior ladrão do Brasil”. Por dispormos de lista longa e espaço limitado, não se pode citar todos os nomes, mas vamos lembrar que Paulo Maluf nem precisa marcar audiência para ser recebido pela presidente e também entra, sem bater, nos umbrais do Instituto Lula, ou lá o que seja isso. O juiz Lalau? Não, sobre o famoso magistrado, até pelas dificuldades de movimentos que o contém, não pertence à tropa dos que mandam. Mas a ela, até passado recente, esteve ligado o notório doutor Hélio. Quem? O doutor Hélio, impinchado prefeito de Campinas, marido da doutora Rosely, sobre quem a pesada mão da Justiça busca, em meio às neblinas dos recursos jurídicos possíveis, campo para pousar. Não precisa ser sociólogo para explicar porque o povo está nas ruas...

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por