JOGO RÁPIDO

A fórmula não precisa ser ridícula

Coluna publicada na edição de 7/4/17 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
07/04/2017 às 03:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:47

Na coluna de ontem escrevi sobre o absurdo que é a Federação Paulista permitir que dois times disputem dois jogos no estádio de um deles nas quartas de final do Paulistão. Mas em termos de regulamentos esdrúxulos, o do Campeonato Carioca de 2017 ocupa um lugar de destaque. A tradição de dois turnos (Taças Guanabara e Rio) foi mantida, mas, ao contrário do que sugere o bom senso, um time pode ganhar ambos e, ainda assim, não ser o campeão carioca. Pelo regulamento atual, ganhar os dois turnos garante apenas uma vaga na semifinal, que será composta ainda pelos três times de melhor campanha na classificação geral. Digamos que o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, ganhe também a Taça Rio. Nesse caso, vai disputar a semifinal em jogo único com o Botafogo, quarto colocado na soma dos dois turnos. Se o Bota vencer por 1 a 0, avança à decisão. E o campeão da Taça Rio e da Taça Guanabara assistirá a “decisão” do título pela TV. A fórmula é estúpida para que a TV possa transmitir, em qualquer situação, dois jogos das semifinais e mais duas partidas decisivas. Questionado sobre o assunto no programa Bola da Vez, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, deu nota 11 para o campeonato. Para ele, não tem a menor importância que a fórmula seja ridícula, já que seu clube recebe uma cota de R$ 1,2 milhão por jogo disputado, ainda que com as arquibancadas vazias, coisa comum em uma competição com tantas partidas que não valem quase nada. É evidente que a TV tem que ser uma grande parceira dos clubes e federações. É dos direitos de transmissão que vem a maior parte dos recursos dos times brasileiros. Mas não é por isso que os campeonatos podem ser esculachados desse jeito. Quanto melhor e mais justo for o regulamento, mais atraente e admirada será a competição. As rendas serão melhores, a audiência será maior e os torneios serão elogiados por público e imprensa. Não há problema nenhum em ganhar muito dinheiro da TV, pelo contrário. Mas dá para fazer isso com organização e competência, sem expor campeonatos tão tradicionais ao ridículo. Gol do outro Mina Na coluna de quarta-feira escrevi que a Ponte Preta sofreu um gol de Yerry Mina na derrota para o Deportivo Pasto na Copa Sul-Americana de 2013. O zagueiro do Palmeiras, então com 19 anos, foi titular da equipe colombiana naquela partida, mas o gol não foi dele e sim do meia-atacante Maurício Mina, que hoje disputa a segunda divisão da Colômbia pelo Orsomarso.

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