A FIA perdeu muito tempo procurando uma fórmula para dar emoção ao Mundial de Fórmula 1. Com o avanço tecnológico, os próprios carros passaram a corrigir eventuais erros dos pilotos e as ultrapassagens ficaram raras. Assim que percebeu que as corridas estavam monótonas, a FIA começou a mexer aqui e ali para mudar esse cenário. As primeiras tentativas foram pífias, mas com o passar do tempo os resultados foram aparecendo.
É bem verdade que nos últimos três anos apenas um piloto foi campeão, sempre a bordo do mesmo carro. Mas, definitivamente, não podemos comparar a era Vettel/Red Bull com a brilhante e entediante sequência de Schumacher na Ferrari.
As diferenças são gritantes. Vettel foi campeão pela primeira vez em 2010. Esteve na liderança do campeonato apenas uma vez, justamente após a última etapa. No GP decisivo, largou na condição de zebra. Em 2002, só pra comparar, Michael Schumacher garantiu o título matematicamente em julho. E, apesar da enorme vantagem sobre o vice-líder, o companheiro Rubens Barrichello, a Ferrari ainda passou aquela vergonha no GP da Áustria.
Schumi fez história, pulverizou recordes e dominou a categoria. O domínio do heptacampeão foi muito bom para ele, para a Ferrari e para os fãs alemães e italianos. Para os demais, a F-1 começava a perder o interesse. As ultrapassagens só aconteciam nos boxes e as corridas davam sono.
Mexendo aqui e ali, a FIA conseguiu equilibrar as provas e os campeonatos. A temporada de 2012 foi eletrizante. Nove pilotos de seis equipes diferentes venceram corridas e o título de Vettel, novamente, foi conquistado apenas na última etapa, em um dos GPs mais emocionantes da história de Interlagos. O campeonato foi muito bom para o mais jovem tricampeão da história, para a Red Bull e para todos os fãs da categoria.
A FIA teve o mérito de reconhecer que a principal categoria do automobilismo precisava de ajustes, não desanimou após os primeiros fracassos e agora colhe os frutos de seu bom trabalho. As corridas ficaram atraentes, as brigas por posição nas pistas são constantes e nem mesmo o tricampeão Vettel pode ser apontado como grande favorito.
A Fórmula 1 nunca deixou ser grande ou importante, mas não se acomodou com isso. O uso de pneus menos resistentes e de asas móveis deixaram as corridas atraentes e é por isso que a expectativa pelo início do novo campeonato na Austrália é enorme. As mudanças nas regras de 2013 foram mínimas e tudo indica que os fãs do automobilismo terão mais uma divertida e empolgante temporada a partir deste final de semana.