A estreia e o futuro

Em sua primeira apresentação sob o comando de Jorginho, a Ponte Preta cumpriu sua missão e avançou às oitavas de final da Copa Sul-Americana. A classificação foi muito importante para reduzir a pressão sobre o elenco e dar uma alegria à torcida, preocupada com as fracas performances dos últimos meses. Garantir a vaga em casa e o direito de disputar o primeiro jogo internacional oficial de sua história era uma obrigação que foi cumprida sem maiores dificuldades.A classificação não esteve ameaçada em nenhum momento. Com a vantagem de poder até perder por 1 a 0, a Ponte manteve a igualdade no placar com tranquilidade e não permitiu que os catarinenses acreditassem na possibilidade de classificação.Após a partida, Jorginho fez rasgados elogios ao time e, embora tenha exagerado um pouco, agiu de forma correta. Seu objetivo deve ter sido o de recuperar a confiança dos atletas, abalada não apenas pela fase ruim, mas também pelas constantes e repentinas alterações no time promovidas por Carpegiani.Olhando apenas para a Sul-Americana, portanto, foi uma estreia positiva, com objetivo alcançado e um ambiente descontraído no vestiário. Mas, olhando para o Brasileirão, a mesma atuação foi preocupante.A Ponte teve uma escalação mais equilibrada, com dois zagueiros, dois volantes e dois meias. Não jogou na retranca e nem se expôs de forma desnecessária. Acredito que esse esquema será mantido por Jorginho. O problema é que, mesmo bem escalada, a equipe apenas empatou em casa contra um de seus concorrentes na luta pela permanência na Série A. Notem que o Criciúma precisava de dois gols e por isso se abriu em alguns momentos. Ainda assim, a Ponte não conseguiu agredir e, a exemplo do adversário, também teve poucas chances no jogo.Para deixar a zona de rebaixamento, a Ponte terá que fazer duas coisas. Uma é ultrapassar o Criciúma, missão que não é tão difícil assim. Mas, além disso, terá que se manter à frente do São Paulo (desafio dos mais complicados) ou superar algum clube que esteja no meio do tabela. No momento, os cinco que estão por perto são Fluminense, Flamengo, Santos, Atlético-MG e Vasco.Essas equipes estão na metade inferior da tabela porque também tiveram atuações ruins, mas todas contam com elencos bem mais fortes do que o da Ponte. Não é impossível para a Macaca, com o time atual, chegar à frente deles. Tanto é que ganhou oito dos 12 pontos disputados com o Peixe e os três cariocas da lista. O que preocupa é que as atuações dos últimos jogos, inclusive a de terça, não foram convincentes e parecem estar muito abaixo do nível que a Ponte terá de alcançar para subir na tabela.É claro que foi só o primeiro jogo com Jorginho e que Rildo e William não atuaram contra o Criciúma. Ainda assim, é importante que a diretoria ofereça ao novo treinador, o quanto antes, novas peças que cheguem para acrescentar qualidade ao elenco. A Ponte precisa evoluir porque não terá apenas times como o Criciúma pela frente.