A Ponte Preta conseguiu um resultado muito bom em seu retorno ao Campeonato Brasileiro. Em uma competição tão dura como a Série A, qualquer ponto conquistado em território inimigo é precioso. Se levarmos em consideração que Grêmio abriu 2 a 0, que a Ponte terminou o jogo com 10 homens e que o gol de empate saiu no último segundo, então dá para afirmar que o empate foi excelente. Vi duas grandes virtudes na Ponte Preta. A primeira foi o empenho dos jogadores, que mostraram a aplicação necessária para a disputa de uma partida de Série A. O time lutou o tempo todo, inclusive nos momentos em que tudo parecia perdido. É assim que tem que ser, tanto nos jogos mais difíceis como também naqueles diante de adversários de menor expressão. O outro ponto positivo foi o trabalho de Guto Ferreira. Ele utilizou o mesmo esquema com o qual enfrentou o Corinthians nas quartas de final do Paulistão. A estratégia foi correta, mas alguns detalhes impediram que tudo corresse como Guto planejou. Protegida por três volantes, a Ponte conseguiu conter o Grêmio, que teve muita dificuldade para concluir jogadas. Na frente, Renato Cajá acionava os dois atacantes de velocidade. Rildo deu certo trabalho, mas Biro Biro não estava num bom dia. Ainda assim, o jogo seguia como a Ponte queria. Esse cenário só mudou porque a dificuldade de penetração do Grêmio foi compensada pela fragilidade da defesa campineira nas bolas paradas. O Grêmio fez dois gols de cabeça após cobranças de faltas pela direita. O primeiro foi corretamente anulado, mas o segundo valeu e quebrou o esquema da Ponte. Guto precisava mudar. E não esperou os 15 ou 30 minutos do 2º tempo para arriscar, como muitos costumam fazer. A Ponte já voltou do intervalo com três atacantes. Guto correu o risco necessário. Levou um gol de contra-ataque, mas ganhou volume de jogo e chegou ao empate. A Macaca vivia seu melhor momento quando voltou a sofrer um gol em cobrança de falta lateral, desta vez pelo lado esquerdo. No amistoso com o Orlando City, dois dos três gols sofridos nasceram em cobranças de escanteio. Está aí, claramente, um aspecto no qual o time precisa evoluir. No final, Tiago Alves foi expulso e a Ponte teve que se expor totalmente em busca do gol de empate. Por pouco não sofreu o 4º gol, mas não se entregou diante da adversidade e seguiu em busca de seu objetivo, conquistado no último lance da partida. Um empate que, para os aplicados jogadores e para o excelente treinador da Ponte, teve um sabor quase tão doce como o de uma vitória.